Moradores da Rua Elói Cardoso dos Santos, no bairro Duda Macário, ficaram assustados com o assassinato de Wagner Nascimento Moura, mais conhecido como “Coral”, fato acontecido por volta das 19h30, desta terça-feira, 16.
O crime tem característica de execução, pois foram disparados cinco tiros a curta distância, que pelas perfurações pode ter sido deflagrados de um revólver calibre 38, segundo informações de um experiente policial civil que se encontrava no local e compunha a equipe de agentes e peritos criminalísticos do DPT local, comandada pelo bel. Paulo Jason Falcão, delegado titular da 1ª DT da 25ª Coorpin.
Um morador do bairro revelou, que dois elementos em uma motocicleta foram os autores do crime, que fugiram e não foram identificados.
“Coral” transitava pela rua do bairro onde mora e foi abordado quando se encontrava ao lado de um ônibus que se encontrava estacionado em um terreno. O coletivo também foi alvejado e a bala perfurou a lataria.
Provavelmente, pelo projétil que transfixou a cabeça (testa) da vítima, já que os outros quatro projéteis ficaram alojados no tórax (02), barriga (01) um pouco acima da virilha direita e outro no braço direito que transfixou e saiu perto do cotovelo, num movimento típico de defesa da vítima na tentativa de se proteger dos disparos.
Wagner teve morte instantânea e o corpo ficou caído sobre uma grande poça de sangue. Na mochila que carregava nas costas, os peritos encontraram o livro ‘O Gigante Verdadeiro Capa de Aço’ de São Cipriano; um tubo de flandres contendo pedaços de papel, uma peça de suspensão de automóvel e um saquinho de plástico que, a princípio suspeitou-se tratar-se de droga, mas depois de examinado o conteúdo não passava de milho alpiste para alimentar passarinhos que a vítima criava em gaiolas.
Wagner usava cabelo estilo rastafári, muito comum aos fãs de Bob Marley. Os objetos encontrados na mochila que transportava são evidências de que a vítima passava por algum tipo de perturbação psicológica causada pelo uso de drogas e que São Cipriano, um santo que pessoas erradamente associam à feitiçaria e mandingas e é taxado como santo do mal, talvez lhe protegesse dos inimigos que arranjara no submundo em que vivia.
“Coral” teve várias passagens registradas na 1ª Delegacia Territorial de Polícia de Euclides da Cunha, por prática de furto e envolvimento com drogas. A última vez que esteve preso faz mais ou menos quatro anos.
E, drogas, talvez tenha sido o motivo que o levou a ser executado, pois é uma modalidade de assassinato muito comum praticado por traficantes contra aqueles que compram e não pagam pela droga adquirida. “Pagar com a vida e de forma cruel é a lei do tráfico aplicada a quem compra droga e não paga”.
Parentes da vítima revelaram que ultimamente ele havia deixado de ser usuário e até teria sido convidado por um pastor evangélico para frequentar a Igreja que dirige com a finalidade de resgatá-lo das drogas.
Dezenas de curiosos acompanharam o levantamento cadavérico e foi necessária uma guarnição do CETO do 5º BPM, para isolar o local e evitar a aproximação das pessoas, inclusive crianças, que queriam ver de perto o corpo que, ao término do levantamento cadavérico foi conduzido numa viatura (rabecão) para o IML local, onde passará por necropsia e posteriormente será liberado aos familiares para sepultamento. A mãe da vítima se encontra atualmente em São Paulo.
Com informações do Euclides da Cunha.com