Buscando discutir uma pauta para integrar os planos de governos que serão apresentados pelos candidatos a governadores e, para isso, mantendo entendimento com os nomes que vêm sendo cogitados para disputar as vagas para Câmara Federal e Assembleia Legislativa, o líder comunitário e presidente da Central das Associações – CDA de Araci, Antonio Pimentel, mais conhecido por Toinho da CDA, esteve no domingo (04), com o vice-prefeito de Conceição do Coité, Alex Lopes, cujo nome vem sendo especulado para disputa a uma vaga na Assembleia Legislativa pelo PMDB no próximo ano e conversaram demoradamente sobre a problemática no sisal no município de Araci. Toinho informou ao líder pemedebista que atualmente trabalham na produção da fibra do sisal aproximadamente cinco mil pessoas e diariamente rodam no município de Araci cerca de 400 motores estilo paraibano.
O problema chega a se gravar quando a uma evasão de renda, pois não existem batedeiras para beneficiar o produto e toda produção são comercializadas nos municípios de Conceição do Coité e Valente. Para Toinho, aquelas pessoas que estão querendo colocar seus nomes para apreciação popular devem tomar conhecimento desta realidade e firmar compromisso de criar uma “bolsa para as pessoas que trabalham com os motores de sisal”, pois se aproxima os meses de setembro até novembro e a palha murcha, os motores param e os trabalhadores, alguns deles, chegam a passar fome, ou se não chegar a este ponto, aumentam suas dificuldades para sobreviver com seus familiares.
Ele lembrou sua luta para distribuição das cestas básicas neste período e conta apenas com os produtos do PAA através da CONAB, mas é pouco para a quantidade de pessoas e deve ser feito uma lei neste sentido, pois todos os anos o problema se repete. Em 2011, Toinho, que estava secretário de Agricultura, contou com a então prefeita Maria Edneide (PSD), “Nenca” e conseguiu distribuir duas mil cestas básicas durante o período de crise.
Tudo que foi relatado pelo presidente da CDA está registrado através de uma pesquisa encomendada pela ONG e apresentada ao líder do PMDB, hoje regional, Alex Lopes. A ideia de conversar primeiro com Alex Lopes, segundo Toinho, é agendar uma audiência com o Ministro Antônio Eustáquio Andrade, que é do PMDB mineiro e começar uma caminhada para atendimento desta reivindicação.
Alex Lopes ouviu atentamente e firmou o compromisso de conversar com o presidente da legenda estadual, Geddel Vieira Lima e com o deputado federal Lúcio Vieira, para eles intermediassem a audiência e quem sabe, imaginou Alex, Lúcio elabore uma proposta de lei neste sentido ou levar o assunto para discutir no congresso nacional, pois o problema apresentado não se resume apenas a Araci, mas a uma grande quantidade de municípios da Bahia e da Paraíba.
“Existe uma garantia por parte do governo federal para os pescadores que ficam proibidos de trabalhar nos períodos de reprodução dos peixes, o chamado defeso, recebem seguro desemprego e a quantidade de parcelas é determinada pelo tempo de suspensão da pesca. Isto poderia ser feito para as pessoas que trabalham na lavoura do sisal. Os pescadores recebem, no período em que fica sem trabalhar, as parcelas do seguro-desemprego, no valor de um salário mínimo. É nesta linha que vamos manter entendimento com os líderes do nosso partido e começar uma luta”, falou Alex Lopes e finalizou agradecendo a Toinho da CDA em lembrar do seu nome para colaborar com esta questão.
O sisal, na opinião de Alex Lopes, por ser uma das culturas símbolo da resistência à seca, deve ser olhado com mais atenção. Ele lembrou que recentemente, o produto teve o preço mínimo elevado para ao produtor por quilo de R$ 1,24 para R$ 1,41 e foi anunciado pela presidente Dilma Rousseff, durante o lançamento do Plano Safra Semiárido, em Salvador.
“Tenho conversado com alguns amigos produtores e eles têm reivindicado a subvenção econômica direta para o sisal, como já acontece com a cana, e o registro da mucilagem para venda como ração animal, e a realização de leilões para o sisal nas modalidades Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e nós queremos incluir nesta lista o apoio aos trabalhadores dos motores e dos campos na entre safra”, finalizou Alex Lopes.
Por conta da seca no Nordeste, a expectativa é que a produção de sisal na região diminua 75% neste ano, somando apenas 20 mil toneladas. Em 2012, a produção fechou em quase 49 mil toneladas, uma queda de quase de 50% em relação a 2011, quando foram produzidas cerca de 80 mil toneladas. Maior produtor do país, a Bahia responde por aproximadamente 95% da produção nacional da fibra.
Por: Valdemí de Assis