A Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB posto de Conceição do Coité tem tirado dois carreteiros e centenas de produtores do sério, e, segundo informações tudo por conta da burocracia na distribuição do milho e também no descarregamento de duas carretas vindas do sul do Brasil, cuja carga das duas juntas pesa cerca de 105 toneladas em sacas de milho.
O produtor Landualdo Carneiro procurou a redação do CN para acompanhá-lo até o escritório da EBDA de Coité e, de posse de uma nota paga para retirar o milho desde 18-06-2013, ao chegar ao órgão, um responsável pela CONAB que não teve a identidade revelada disse em poucas palavras que a Companhia não tinha enviado as notas, e era para ele aguardar. Landualdo efetuou o pagamento no mesmo período do sogro de Diogo Gordiano (ao lado), só que, diante da grande necessidade de alimentar o rebanho e depois de idas e vindas sem que o milho fosse entregue, Dioguinho e muitos outros produtores foram até a cidade de Ponto Novo, cerca de 180 km de Coité onde conseguiram retirar o produto.
Segundo Diogo, o custo de cada saca de 60 kg teve um acréscimo de R$ 3,50.”Mas os animais estavam com fome e não podíamos mais esperar. Não só eu, muita gente acabou fazendo isso, pois tem milho no armazém em Coité, e não entendo porque as pessoas não retiram, mesmo tendo pago, como é caso de Landualdo com o recibo pago há dois meses”, questionou.
Nossa equipe se deslocou até o armazém que fica no final da Avenida Senhora Santana, a cem metros do cruzamento com a Avenida Luiz Eduardo, era por volta do meio dia desta segunda-feira,19, e não encontrou ninguém, entretanto percebeu a revolta de dois carreteiros que estão estacionados próximo ao armazém há duas semanas e nunca puderam descarregar. E, desde quando chegaram passa por dificuldade principalmente para higiene pessoal, pois banheiro só enquanto um posto de combustível a 200 metros está aberto, paga banho todo dia e fazem o alimento ali mesmo no caminhão.
Claudemir Maraschin,51 anos, (Dest.) residente no Rio Grande do Sul disse que é muito desorganizado o trabalho da CONAB em Coité, segundo ele, quando chegou foi informado que estava em greve e não pôde descarregar, passado três dias quando procurou a CONAB exigindo as diárias dele, pois disse que há uma lei no governo Dilma que passado 24 horas a descarga não tiver acontecido, ele tem direito a estadia e quando foi falar ao responsável, o mesmo informou que não podia fazer nada. “Estou aqui há duas semanas, cheguei dia 5 às 18h e passado três dias quando procurei o responsável exigindo meus direitos ele disse que não podia fazer nada. Agora eu não descarrego enquanto não resolver meu problema”, disse o carreteiro indignado.
Claudemir disse ainda que estava sendo aguardada a visita do governador Jaques Wagner a cerca de 10 dias quando esteve na cidade inaugurando a ampliação do sistema de abastecimento de água, ” não sei o motivo, mas ele acabou não vindo, a gente ia passar toda situação pra ele, tinha muitas faixas aqui, mas ele não veio, não sei porque”, lamentou.
O outro carreteiro Paulo Arno Christmann, 48 anos, que chegou um dia depois de Cludemir, se mostrou muito revoltado, segundo ele ouviu de uma pessoa da CONAB ameaça de chamar a polícia para que eles fizessem o descarregamento e fossem embora. “Nós não somos irresponsáveis, somos pessoas trabalhadoras, estamos passando esse vexame aqui por conta de uma desorganização e ainda ouve ameaça de chamar polícia pra gente, isso é inadmissível e não importa quanto dias teremos que ficar mais aqui, só descarregamos quando acertarem nossa estadia que é um direito por lei” desabafou o carreteiro enquanto preparava o almoço.
Arno disse também que todos os dias aparecem pessoas tentando retirar o milho, em média dez por dia, mas voltam sem o produto.
Eles passaram o contato do Sindicato dos Caminhoneiros SINDICAM de Paranaguá-PR e falamos com o diretor Wilton que informou que vem tentado manter contato com a CONAB para acertar a estadia dos carreteiros, mas segundo ele a CONAB não vem demonstrando interesse em sanar a situação e que ele recomenda que os dois permaneçam no mesmo local até que o órgão repasse o valor das diárias do período que eles estão parados. Segundo Wilton, é possível que o milho possa ter perdido a qualidade pelo tempo que se encontra parado.
A meta do Governo é facilitar a vida do produtor rural
Adquiridas pelo governo federal através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foram adquiridos milhares de toneladas de milho que chegaram e estão chegando para serem repassadas aos produtores por meio de venda subsidiada ao preço de R$ 18,12 a saca de 60 quilos. No mercado baiano, a cotação do grão varia entre R$ 40 e R$ 50. Os produtores até que fizeram bom negócio, mas estão se esbarrando na burocracia e não consegue retirar o milho, enquanto os carreteiros estão aguardando o repasse da CONAB do valor em dinheiro pelas duas semanas que estão parados com a carga.
Por: Raimundo Mascarenhas