Atraído pela organização dos assentados do Projeto Lagoa do Boi,conhecido por Povoado Rose, distante 06 km da cidade de Santaluz, a equipe do jornalista Nelson Araújo passou uma semana na comunidade e descobriu que, para prosperar uma comunidade, a cultura era tão importante quanto à agricultura. No relato do programa,que foi ao ar na manhã deste domingo,04, mostrou que o povoado de Rose foi um dos primeiros assentamentos que pediu incentivo para resgatar a cultura dos assentados, virando uma referência no Nordeste.
A comunidade conta com 140 casas, ruas e uma avenida com canteiro central e a visita de Nelson Araújo serviu para mostrar ao mundo a história de luta do povo e a figura do griô, palavra africana quer dizer contador de histórias, ou quem é mestre num saber, numa tradição, num ofício.
Na abertura o programa, José Roque Saturnino Lima, coordenador do projeto Expressões Sertanejas, contou que tudo começou ao descobrir que tinha pessoas na comunidade com mais de 40 anos e que iam da roça pra casa, sem qualquer atividade social e depois da valorização da cantiga e o samba de roda, eles foram incluídos na sociedade.
No Brasil, a palavra griô se refere a todo cidadão que se reconheça, ou seja, reconhecido pela sua própria comunidade como: um mestre das artes, da cura e dos ofícios tradicionais, um líder religioso de tradição oral, um brincante, um cantador, tocador de instrumentos tradicionais, contador de histórias, um poeta popular, que, através de uma pedagogia que valoriza o poder da palavra, da oralidade, da vivência e da corporeidade, se torna a biblioteca e a memória viva de seu povo. Tomando conhecimento do griô, a comunidade, que tem seu nome em homenagem a Roseli Salete Nunes da Silva, assassinada no inicio das lutas pela terra do Sul do Brasil de 1995 e ocupada nos meados dos anos 80 famílias por famílias naturais dos municípios e cidades de Conceição do Coité, Retirolândia, São Domingos e Valente, identificou alguns membros com estas características e colocou em prática.
O Projeto de Assentamento Lagoa do Boi tem uma área total de 1.350.5092 hectares e conta com três áreas de uso comunitário, num total aproximado de 18 hectares e duas áreas de reserva legal, num total aproximado de 15 hectares e atualmente estão assentadas cerca de 78 famílias assentadas.
Durante bom tem os acampados moraram em barracos de lonas plásticas e depois conseguiram os primeiros créditos para a construção de suas casas.
Da redação CN