O CN vem realizando reportagens especiais sobre a BR 116 Norte, para contar a importância da sua duplicação, de aproximadamente 80 km entre Feira de Santana e Serrinha considerado o trecho mais movimentado no setor Norte que cruza o Estado da Bahia. O setor Sul já está sendo duplicado no trecho que corresponde Feira de Santana a Santo Estevão, a expectativa agora é para o inicio das obras que vão desafogar o trânsito principalmente nos 20 km de Feira ao Posto Trevo que se afunila e aumenta a quantidade de veículos que vêm da BR 324 desde Jacobina, passando por Capim Grosso, Gavião, Nova Fátima, Riachão do Jacuípe, Tanquinho. E da BA 504, que pode ser utilizada para que vem de Alagoinhas, Aramari, Ouriçangas, Irará, Santanópolis, dentre outros municípios que utilizam as duas rodovias citadas com destino a Feira de Santana, Salvador, ou mesmo cidades da região sul.
Nessa segunda reportagem trazemos informações dos 138 km que liga Euclides da Cunha a Serrinha e pela sua extensão pode ser considerada um estrada reta, pois o motorista viaja vários quilômetros até encontrar uma curva , o que pode ser considerada perigosa, pois o motorista desenvolve maior velocidade, e, para quem acredita que a estrada reta dá sono é preciso ficar atento.
Começando pelo perímetro urbano da cidade de Euclides da Cunha, onde existem aproximadamente três quilômetros de duplicação, ou seja, trecho urbanizado com canteiro e iluminação central cruza a cidade e o que se observa é uma movimentação intensa de caminhões e carretas sentido estados do Nordeste. Ibó distrito de Abaré é a ultima localidade da Bahia, fica as margens do Rio São Francisco, do outro lado está o estado de Pernambuco.Na próxima reportagem vamos mostrar este trecho.
No estado da Bahia, a BR-116 passa pelos municípios de Abaré, Chorrochó, Macururé, Canudos, Euclides da Cunha, Tucano, Araci, Teofilândia, Serrinha, Lamarão, Santa Bárbara, Feira de Santana, Santo Estêvão, Itatim, Milagres, Jaguaquara, Jequié, Manoel Vitorino, Poções, Planalto, Vitória da Conquista e sai do estado pelo município de Cândido Sales. No geral a pista encontra-se em boas condições e bem sinalizada, exigindo atenção ao motorista em relação ao desnível de acostamento e cuidados com fiscalização ao longo da rodovia.
A extensão total da rodovia é de aproximadamente 4.385 quilômetros, passando por dez estados, ligando cidades importantes como Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul, Lages, Curitiba, São Paulo, Guarulhos, São José dos Campos, Volta Redonda, Rio de Janeiro, Magé, Muriaé, Governador Valadares, Teófilo Otoni, Vitória da Conquista, Feira de Santana e Fortaleza.
A BR-116 é a principal rodovia brasileira, sendo também a maior rodovia totalmente pavimentada do país. É uma rodovia longitudinal que tem início na cidade de Fortaleza, no estado do Ceará e término na cidade de Jaguarão, no estado do Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai.
O trecho do quilômetro zero, em Fortaleza, até o entroncamento com a BR-040 no Rio de Janeiro é denominado de “Rodovia Santos-Dumont”, uma homenagem ao Centenário do Voo do 14-bis, instituída em 10 de março de 2005, para planejar, coordenar e estabelecer ações destinadas às celebrações alusivas ao Centenário do referido voo. O trecho que liga Rio de Janeiro a Brasília é chamado de Rodovia Washington Luís, homenagem ao presidente que afirmava que “governar é construir estradas”.
Euclides da Cunha / Serrinha tem grande movimento, mas o volume de veículo diminui na cidade de Tucano quando muitos motoristas, principalmente de caminhão, deixam a 116 e pegam a BR 410 trecho de 42 km até Ribeira do Pombal onde se entronca com outra movimentadíssima rodovia BR 110.
O trecho de 40 km que liga Tucano a cidade de Araci é o mais perigoso, os acidentes são sempre com vitimas fatais, entre as duas cidades estão situados dois pontos turísticos do Nordeste da Bahia, Caldas do Jorro e Jorrinho, pertencentes ao Município de Tucano.
Há perigo de assalto “no km 40”, no trevo de saída para Chorrochó, recomenda-se não parar para nada, segundo o experiente motorista, baiano de Vitória da Conquista, Pedro Alves Oliveira, trinta anos de “trecho”. Ele lembrou que foi assaltado duas vezes e o local fica a cerca de 40 km da divisa com Pernambuco.
Wanderley Francisco Santos, natural de Viana, Espírito Santo, conversou demoradamente com a equipe do CN em um dos postos situados as margens da BR na comunidade de Jorrinho, município de Tucano. Ele queixou da quantidade de quebra molas, que vêm facilitando ações dos marginais e os buracos, motivos que fazem atrasar as viagens e consequentemente causando prejuízos. Durante a entrevista, ela lamentou o atraso na entrega de fios que transportava para Recife.
Wanderley costuma ficar 60 a 90 dias sem visitar seus familiares e conta com satisfação que a profissão está no sangue, pois quatro irmãos também vivem na estrada, em especial na BR 116. Seu desejo é a duplicação, a exemplo do trecho entre Feira de Santana e a Divisa com Minas Gerais, cuja concessionária é a Via Bahia.
O mineiro Rosenval Ferreira Gomes, natural de Uberlândia, tem 15 anos trafegando pela BR 116 e, segundo ele, a Serra do Mutum, em Jaguaquara, fica a ladeira que considera mais perigosa, onde ocorrem muitos acidentes. Sobre o risco da estrada, ele “teme” os cegonheiros, que andam em velocidade e fazem ultrapassagens perigosas.
Rosenval disse que o fator negativo na BR 116 Norte é a quantidade de quebra-molas, segundo ele é desnecessário manter redutores de velocidade e radares que são encontrados em todas as cidades. ” Isso só atrasa a viagem, em todo o Brasil tem redutores, radares, mas aqui nessa região da Bahia é onde existe maior quantidade”,revelou o carreteiro.
Por: Valdemí de Assis * fotos: Raimundo Mascarenhas