Dados da Secretaria Estadual de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) apontam que de janeiro até o último dia10 deste mês, foram notificados 157 casos de mulheres grávidas com o vírus HIV na Bahia. Desse total, 74 em Salvador. No ano passado o órgão notificou 265 em todo o estado, sendo 117 na capital. Os bairros com maior incidência são: Periperi, Arenoso, Couto e Pirajá. Do total das notificações, 80% com mulheres com idades entre 20 a 39 anos.
Segundo especialistas, um dos fatores que tem maior contribuição para o crescimento desse número é a falta de acompanhamento pré-natal. O teste anti-hiv, que deve ser solicitado pelo médico no início da gestação, com o consentimento da gestante, muitas vezes não é realizado.
A mulher portadora do HIV pode transmitir o vírus para seu bebê em três momentos: durante a gestação pela passagem do vírus pela placenta, no momento do parto pela exposição do bebê ao sangue e secreções maternas e durante a amamentação, já que o vírus pode ser encontrado no leite materno quando a mulher é portadora da infecção.
Orientação
A coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Jeane Magnavita, ressalta que durante a gestação, médicos e enfermeiros que realizam o pré-natal são obrigados a oferecer e orientar a paciente sobre a importância de fazer o teste rápido para detectar o vírus da AIDS. Segundo ela, os profissionais devem alertar as gestantes sobre a importância do teste anti-hiv e as vantagens tanto para a mesma quanto para o bebê se o vírus for detectado no início da gravidez.
Ela explica que além de ser um direito garantido por lei, as mulheres soropositivas podem ter uma gestação tranquila, segura e com baixo risco de que seu bebê nasça infectado pelo HIV, caso faça o correto acompanhamento médico e siga todas as recomendações e medidas preventivas.
Segundo ela, o método mais eficaz de prevenir a transmissão de mães para filhos é iniciando através do tratamento anti-retroviral. Os medicamentos diminuem a quantidade de vírus na corrente sanguínea da mãe, reduzindo assim o risco de que esta transmita a infecção ao bebê. Segundo ela, o tratamento diminui em até 96% o risco de contaminação.
“É essencial que o diagnóstico seja precoce e que a paciente siga corretamente a terapia, que deve ser iniciada durante a gestação. Quanto antes começar o tratamento, maiores são as chances de o bebê nascer sem o vírus e da mãe ter uma melhor qualidade de vida”, completou. Ela alerta que a forma mais segura de evitar a contaminação da AIDS é através do sexo seguro, fazendo o uso da camisinha.
Em Salvador, o teste anti-hiv para detectar o vírus da AIDS pode ser realizado nos postos de atenção básica, Hospital Geral Roberto Santos, Centro Estadual Especializado Diagnóstico Assistência e Pesquisa (CEDAP), Hospital Couto Maia, entre outros.
Com informações do Tribuna da Bahia*