A atriz Nicole Puzzi e a apresentadora Luisa Mell serão intimadas a depor sobre a invasão do Instituto Royal, em São Roque, na sexta-feira (18).
O delegado responsável pela investigação, Marcelo Sampaio Pontes, disse nesta terça-feira (22) que aguarda a confirmação dos endereços para enviar a intimação.
Elas integraram o grupo de ativistas que entrou no centro de pesquisas e levou 178 cães da raça beagle e sete coelhos. Segundo elas, os animais sofriam maus-tratos, o que a direção do instituto nega.
Além da atriz e da apresentadora, a polícia de São Roque identificou, até agora, 18 pessoas que participaram da invasão ao Instituto Royal. Todas vão ser intimadas a prestar depoimento. Muitos serão intimados a depor por meio de carta precatória, para serem ouvidos nas cidades onde moram. “A Luisa e a Nicole falaram para toda a imprensa que o que fizeram está dentro da legalidade e foi feito para salvar os animais, bem que elas poderiam vir à delegacia de livre e espontânea vontade para dar o depoimento”, diz o delegado.
Por telefone, a atriz Nicole Puzzi disse ao G1 que vai cumprir todas as determinações da lei. “O delegado está agindo de acordo com a lei, ele tem que investigar tudo o que aconteceu e eu colaborar com tudo, já que não tenho nada a esconder.”
Ela conta que é ativista dos direitos dos animais há 20 anos e que foi até São Roque por acreditar que os animais não podem servir de cobaias. “Eu faria tudo o que fiz novamente porque agi dentro da legalidade”, afirma.
Segundo ela, os advogados que trabalham para as associações de defesa dos animais haviam orientado sobre a legitimidade do ato. “Os animais estavam sofrendo, por isso tínhamos o direito e entrar e resgatar os cães”, completa.
A apresentadora Luisa Mell também disse estar disposta a colaborar com a polícia. “Eu não me oponho a depor de jeito nenhum. Eu sei que o que eu fiz não foi crime. Eu não sou bandida. Inclusive, estou reunindo provas (que comprovam os maus-tratos) para entregar ao Ministério Públicio contra o Instituto Royal”, afirma.
Entenda o caso
O Instituto Royal foi invadido na sexta-feira (18), em São Roque. Ativistas pularam os muros e retiraram 178 beagles de dentro do prédio. O grupo acredita que os animais sofriam maus-tratos em experiências de laboratório, o que a instituição nega.
Segundo o delegado Marcelo Carriel, da seccional de Sorocaba (SP), mesmo que os maus-tratos praticados contra os cães sejam comprovados, todos os crimes relacionados ao caso serão investigados.
De acordo com Carriel, a justificativa de que os animais estariam sofrendo maus-tratos não é suficiente para eximir a responsabilidade dos ativistas durante a invasão e a depredação do instituto e do furto qualificado dos animais. “Uma coisa não exclui a outra, ambas as linhas serão apuradas. O que não se pode admitir é que, com a justificativa de que os cães eventualmente estavam sendo objeto de maus-tratos, que se pratiquem outros crimes”, explica.
Com informações do G1*