A troca de acusações entre os vereadores da oposição de Macajuba, no centro-norte da Bahia, e o prefeito Fernão Dias (PMDB) ganhou mais um capítulo.
Após ser denunciado por deixar crianças caminharem até 4 km por dia para ter acesso ao transporte escolar e determinar o corte de todas as árvores na cidade, Dias, que está no quarto mandato, é acusado de fraudar a própria aposentadoria.
Contatado pelo Bahia Notícias, Neto Macedo (PSB), vereador da cidade, afirma ter feito, junto com os outros outros três edis [Ivan (PSD), Hugo Macedo e Zé Filho (ambos PT)], uma “investigação para derrubar a farsa”. “Ele disse que trabalhou na cidade de Baixa Grande, mas nós investigamos.
O prefeito [de Baixa Grande] mexeu nos laudos, pediu aos funcionários para olhar os documentos da época e não achou nenhum registro de trabalho lá”, disse.
Segundo a “investigação” dos oposicionistas, Fernão teria concluído o ensino superior no ano de 1973, mas durante o processo de aposentadoria apresentou um documento, supostamente da Prefeitura Municipal de Baixa Grande, no qual teria lecionado entre os anos 1966 a 1970 naquele município.
No entanto, no ano de 1966 ele cursava o ensino médio, no Colégio Estadual da Bahia, em Salvador, o qual só concluiria no ano de 1968.
O socialista acusou também o gestor de ser “um ditador” e diz que, no que depender dele, toda a região saberá das denúncias. “Imprimi várias cópias coloridas e espalhei por toda a região, em várias cidades”, avisou.
Outro fator que incomoda Macedo seria o suposto silêncio do prefeito. “Parece que ele é inimigo de rádio, da TV.
Ele não se pronunciou sobre nenhuma das denúncias”, alegou. Também contatado pelo BN, Fernão Dias negou as denúncias e disse que tem sido “perseguido”. “Esses vereadores não têm competência para averiguar isso.
O que eles estão denunciando é uma coisa irreal. Perderam eleição e não se conformaram”, defendeu-se. O alcaide bate pé firme e diz que trabalhou de fato em Baixa Grande, porém sem ensino superior. “Eu trabalhei como professor leigo. Não tinha ensino superior na época.
Arrisco a dizer que 90% dos que lecionavam não eram formados”, chutou. Irritado com as denúncias, ele disse desejar que os “rumores” cessem.
“Vou para a Justiça cobrar por danos morais. Não quero que eles fiquem divulgando mentiras”, clamou. As acusações foram encaminhadas ao Ministério Público, que irá apurar o caso.
Com informações do Bahia Notícias*