O Partido dos Trabalhadores na Bahia decidiu repetir a aposta feita pelo ex-presidente Lula em 2010, quando lançou como candidato a sucessão dele a então ministra-chefe da Casa Civil e atual presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Na noite de sexta-feira (29), o diretório estadual da legenda anunciou o nome do chefe da Casa Civil do governador Jaques Wagner (PT), Rui Costa (PT), como candidato petista ao Palácio de Ondina, após uma série de embates internos. Na prática, o indicado será sim o candidato do Executivo para tentar manter o “projeto que mudou a Bahia” por, pelo menos, mais quatro anos no Palácio de Ondina.
Apesar da negativa geral, a indicação feita pelo governador foi decisiva para que Rui Costa fosse o escolhido. Em entrevista ao Bahia Notícias, ele concordou que o “técnico” pode sair consagrado do processo eleitoral de 2014. “Não tenho a menor dúvida. Tenho absoluta confiança que o povo da Bahia vai desejar a manutenção do crescimento do emprego, da melhoria das estradas, da educação, da saúde… Nós fizemos muito, mas ainda tem muito para fazer. Confiante nisso, acho que vamos vencer as eleições e o governador, evidente, com a grande liderança que construiu até aqui, terá a sua liderança reafirmada, até porque ele fez por merecer. É uma questão de merecimento e eu vou mostrar isso ao longo da campanha. Se formos analisar área por área de governo, índice por índice, comparando com governos passados, nós estamos muito, mas muito na frente”, garantiu Rui Costa.
A partir de agora, Rui, Wagner e o presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação, iniciam oficialmente as conversas para compor a chapa com a base aliada. “O que foi dito até aqui zera, o que interessa mesmo é a partir de agora, quando o PT definiu o nome. Nós vamos passar a considerar todas as declarações dadas a partir de hoje, todas as vontades, opiniões. Vamos ouvir todo mundo. Temos uma base grande e temos que ouvir do maior ao menor partido e chegar a um entendimento. E, como fez o PT, sair unido”, disse o candidato, ao ser questionado sobre declarações de insatisfação já dada por aliados, em especial do PP. O único nome confirmado na chapa majoritária é o do vice-governador e presidente estadual do PSD, Otto Alencar, que só não será candidato ao Senado se não quiser. “O nome até aqui colocado ao Senado é o de Otto. É o segundo maior partido da base, do vice-governador, de um grande amigo que nós fizemos… Portanto, trabalho com essa hipótese, que é o que ele tem manifestando publicamente. Não vou cogitar outra possibilidade enquanto, a mim, ele não disser coisa diferente. Restaria o debate da candidatura de vice e também da suplência de Senado para que possa compor a chapa”, afirmou. Rui Costa preferiu não comentar as chapas adversárias, seja da oposição ou do “terceiro caminho”, como se auto-define a senadora Lídice da Mata (PSB).
O candidato petista ressaltou que “como técnico, monta o time,” alem de garantir que “não vai opinar em nenhum momento quem é melhor ou pior”, o que só fará internamente. “A depender de quem for o candidato você pode adequar o tipo de campanha na televisão e no rádio, mas isso não muda a essência e conteúdo”, completou. Na entrada do evento do diretório estadual do PT, Rui Costa recebeu um presente das baianas: uma fitinha do Senhor do Bonfim. O pedido? Ser eleito. “Nasci da Cidade Baixa, sempre fui ao Senhor do Bonfim e trago comigo a religiosidade”, explicou.
Fonte: BN * foto: Raimundo Mascarenhas