Uma semana antes de ser assassinada, a garota Iasmim Martins de Souza Silva, 8 anos, escreveu para o Papai Noel dos Correios pedindo presentes para ela e para familiares. Uma administradora de empresas pegou a carta e ao ler notou que se tratava de Iasmim, que foi morta a pauladas depois de ser estuprada em Catalão (Goiás). A voluntária, que não quis se identificar, atendeu aos pedidos feitos e presenteou a mãe e os irmãos da menina.
Na carta, a garota pede roupas, sapatos e cesta básica. “Meu nome é Iasmim. Tenho 8 anos, preciso de sapatos e roupas para mim e meus irmãos. Quem tiver para dar também mochilas e brinquedos, também aceito. Queria pedir uma cesta (de alimentos) para minha mãe, pois ela é muito especial e cuida de nós sozinha. Quem ler essa carta, e puder ajudar, ficarei abençoado (sic) e agradeço a Deus. Desejo um feliz Natal para quem tiver roupas para doar para minha mamãe. Fico agradecida. Feliz Natal”, diz a carta.
A voluntária ficou emocionada ao perceber que a carta era da garota assassinada. Ela procurou a família da criança para entregar os presentes. “A família inteira ganhou. Chegaram roupas e brinquedos para o irmãozinho pequeno. Também ganhamos a cesta que ela pediu. Ela (Iasmin) pensava em todo mundo”, disse a mãe da garota ao G1.
Leidiane disse que ficou feliz em receber os presentes, mas que deseja mesmo era ter a filha com ela durante o Natal. “É muita saudade, pois eu pensei que este ano passaria o Natal com ela. O vazio é muito grande”.
Crime
A menina foi encontrada morta no último dia 9 em uma obra da cidade de Catalão. Ela estava desaparecida desde o dia anterior, quando saiu da casa da avó para ir encontrar a mãe em uma feira onde ela estava trabalhando.
Na manhã seguinte, um pedreiro encontrou o corpo na obra onde trabalha. “Cheguei e nós trabalhamos um pouquinho. Quando olhei lá dentro, me deparei com a criança morta lá e chamei outro colega meu para olhar. É triste de ver. A cena é lamentável”, lembra Luizmar Bernardes.
As investigações sobre o crime continuam. Um pedreiro de 37 anos, considerado suspeito, chegou a ser preso porque tinha mandado de prisão contra ele em aberto por outro crime. Ele negou a autoria do crime e disse que Iasmim era amiga de sua filha. Ele está preso em uma cela especial da cadeia de Catlão, porque no presídio local sua presença causou uma tentativa de rebelião.
Com informações do G1*