A secretaria de saúde do município de Valente em parceria com a secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, com o intuito de conscientizar, principalmente, os adolescentes sobre os riscos da AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – deu início na manhã de hoje (02), na Casa da Cultura, ao dia de atividades em celebração ao Dia Mundial de Combate à AIDS.
Para abranger o maior número de participantes e fazer a mensagem chegar com eficácia ao público alvo, foram convidados alunos de escolas municipais para fazerem-se presentes e assim aproveitar mais uma oportunidade de ampliarem os seus conhecimentos sobre o assunto. Na manhã de hoje, a escola Centro Educacional de Santa Rita de Cássia, a escola Luiz Eduardo Magalhães, o colégio Cesar Borges e o CEEP Semiárido da cidade de São Domingos puderam assistir à peça teatral encenada pelos Agentes Comunitários de Saúde, além de palestra sobre a AIDS com a Coordenadora da Vigilância Epidemiológica do Município, enfermeira Andréa Mota.
Um dos momentos mais marcantes foi durante a projeção do vídeo sobre a história de uma convivente com o vírus, a professora Rita de Cássia (foto). Assim que o vídeo terminou, a protagonista se apresentou ao público dizendo: “essa que vocês viram relatando sua historia de vida no vídeo sou eu”.
A professora falou das dificuldades encontradas ao longo dos últimos 20 anos que convive com o vírus, alertou o público sobre os riscos de contágio e respondeu perguntas da plateia. Ela contou que contraiu a doença ao ter relações sexuais sem camisinha uma única vez com o parceiro que era soro positivo. A partir daí a vida dela tornou-se muito difícil. “A maior dificuldade é viver a morte social. Eu fui inúmeras vezes devolvida. Eu sou professora pública do Estado, concursada. E em toda instituição de ensino que eu chegava para lecionar eu era devolvida quando sabiam que sou convivente com o vírus. Foi muito difícil enfrentar essa realidade. No início eu pensei até em desistir da vida, mas Deus tinha um plano maior em minha vida e eu decidi tentar impedir que o que aconteceu comigo acontecesse com outras pessoas por falta de informação. Hoje, eu estou aqui. Eu não me sinto uma pessoa doente, a maior doença é a desinformação e o que eu puder fazer para as pessoas terem informação e não serem vítimas também, eu farei. Sou hoje aposentada e faço parte do Projeto Cidadania Positiva, este projeto busca incentivar mulheres a aderirem ao tratamento para o HIV e recebem atendimento psicossocial, para que sua autoestima seja aumentada também”, comenta.
De acordo com a enfermeira Andrea Simões, as Unidades de Saúde de Valente oferecem programas com distribuição de preservativos, teste rápido e sorologias para diagnóstico desta doença. Ela orienta que homens e mulheres a partir da adolescência que já mantêm vida sexual ativa e apresente febre persistente, calafrios, dor de cabeça e de garganta persistente, dores musculares, manchas na pele, gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha que levem muito tempo para desaparecer devem procurar uma unidade de saúde e realizar o exame. Mas, ela alerta ainda que apresentar algum dos sintomas citados não significa que a pessoa está contagiada com a doença.
Nas atividades do turno vespertino e noturno tem novamente, para outras escolas, apresentação de peça teatral, palestra sobre a AIDS com o Dr. Rafael Anton, à tarde. E com o Dr. Ricardo Miranda, à noite, além de projeção de Vídeo com a Professora Rita de Cássia em ambos os turnos. O evento é aberto ao público em geral.
Fonte: ASCOM PMV