Mesas e cadeiras destruídas, instalações elétricas com fiação exposta, livros empilhados e deteriorando por causa da umidade. Essa é situação do colégio estadual João Durval Carneiro, onde cerca de 400 alunos do povoado de Missão do Aricobé, que fica na zona rural de Angical, oeste da Bahia, estão sem aulas.
A escola foi fechada para ser reformada no final do ano passado e deveria ter ficado pronta no início de março, mas as obras ainda não começaram. “Só lá em casa são três alunos. Todos estão lá sem fazer nada e enquanto isso eles não dão uma resposta, uma solução”, conta a estudante Tainá Viana.
Segundo professores da instituição, muitos alunos corriam risco de se machucar por causa do estado do telhado das salas de aula. “Na época que estavam acontecendo as aulas ainda caíam telhas e continua do mesmo jeito”, disse a professora Solange Oliveira. “É um risco e um descaso”, completa.
Além da falta de estrutura das salas de aula e biblioteca, os banheiros da unidade estão sem condições de uso, assim como o refeitório e a sala dos professores. “Estou com medo de não me formar esse ano. Eu tenho que me formar, tenho que fazer o Enem, uma faculdade e não tem como”, relata a estudante Caroline Santos, matriculada no terceiro ano do ensino médio.
Alguns pais têm buscado alternativas para evitar que os filhos fiquem fora das salas de aula. “Muitos pais estão levando os filhos para estudar fora, porque aqui não tem cabimento colocar o povo para estudar”, disse José Ricardo Santos, pai de um dos estudantes.
Segundo os alunos, a situação atual não é muito diferente de quando tinham aulas nas escola. “A bagunça está desse jeito há anos. Chega a dar vergonha de vir para o colégio. Nas outras escolas você tem orgulho de ir, e aqui você tem vergonha”, disse Weslei Silva, estudante.
O diretor da escola não foi encontrado para comentar o caso. Segundo a secretaria estadual de Educação, a obra foi autorizada e deve começar na próxima semana. A reforma deve levar 40 dias para ser concluída. A secretaria também informou que está buscando um acordo com a prefeitura de Angical para que, nesse período, os estudantes sejam alocados em escolas municipais.
Redação: CN*Informação: IBahia