Nós que escrevemos, adquirimos informações, nos qualificamos para exercer cargos e suas funções, temos toda uma preocupação com o que fazer e pouca atenção no fazer e executar com prévio planejamento.
É conhecido por alguns a história do emissário a Índia – pais onde as pessoas usavam, naquela época poucos sapatos, os calçados preferidos eram sandálias. De retorno apresentou um relatório que dizia – desistam de abrir fábrica de sapatos na Índia o povo daquele país não usa sapatos. Mas, o empresário envio outro emissário – depois de alguns meses, este novo emissário telefona para o Presidente daquele grupo de empresários e diz: urgente abra uma fábrica de sapatos aqui na Índia, porque aqui não tem nenhuma fábrica de sapatos nesse país.
O contexto do primeiro emissário foi perceber o que o público usava, o segundo emissário percebeu a necessidade do povo começar a usar sapatos e a baixa concorrência. Isso é chamada de visão de mundo – como enxergamos, como lidamos com as circunstâncias ao nosso redor.
Tendemos a dá ao povo aquilo que eles não estão necessitando, porém, podemos como educadores descer até aos nossos alunos, sentir na pele o que eles sentem e quais as suas dificuldades, suas carências, suas frustrações. Somente, assim, poderemos promover uma educação contextualizada ao público que nos ouve e nos submetem a ser educados.
A escola pública está decadente – e será que não estamos com a visão de mundo de contexto fora da realidade que o nossos alunados precisam e anseiam?
Recentemente tenho a compartilhar em 2013 lecionando língua inglesa e ciências na escola pública municipal, me deparei com essa necessidade de conteúdo contextualizado, o que fiz foi esquecer o livro didático pré-formatado para uma realidade distante do nosso público aqui no nordeste da Bahia.
No pouco tempo de diagnóstico – revisei os pronomes pessoais, a base o ABC do inglês sem dominarms ou lembrarmos – nada mais fluirá na compreensão do aprendizado da língua portuguesa. Sendo assim, cantávamos o I, YOU, HE, SHE, IT, WE, YOU, THEY. O valor era o som do ingles “AI”, “IUL”, “HE”, “SHE”, “IT”, “UIL”, “IUL”, “DÊI”, sim no inglês escrevemos de uma forma e pronunciamos o som da palavra de outra. Jamais deveríamos esquecer de: repetir, relembrar, esmiunçar, remoer, recordar.
Pois bem, na escola da sede do município foi “show”, “professor revolucionário” com música com violão. Porém, em menos de 16km de distância da sede , noutra escola, esse método não foi tão bem aceito.
Não insistimos, paramos, retomamos – a lousa, a escrita, para manter o aluno ocupado em todo o período na sala de aula, isso é contextualizar o conteúdo e, principalmente, se auto-contextualizar. Ou seja, sair do nosso mundo e ir até a compreensão do aluno, alguns velozes em aprender, outros, lentos, carentes, desmotivados e desesperançados.
Ai, ai, – jamais, jamais, desistir, – porque um educador ele é a última das brasas a se apagar ou explodir de emoção, alegria, amor para com essa educação – as vezes, esquecendo o conteudista apegado ao livro didático elaborado para uma realidade tão longe de nosso povo. Sigamos o BÊ-A-BÁ, o resgate a compreensão da gramática, ou melhor, “resgate à compreensão”. Sejamos mais reais – melhor aprender a gramática que encher a cabeça do aluno de informações sem ao menos ele ter a capacidade mental para assimilar o BÊ-A-BÁ. Esse seria, primeiro, compreensivo à gramática.
Não me venham os teóricos seguidores de Piaget e demais escolas, sou mais Paulo Frei, “tijolo” neles é com essas palavras que ensinamos a Predeiros.
Sou mais a busca de como estes aqui, juntinho a mim, aprendem que enviarem a mim como aqueles tentam aprende.
Que o livro didático seja elaborado com a sensibilidade de sentir a dificuldade do aluno, e não elaborado por intelectuais que “imaginam” e “arrotam” o conteúdo para quem não vive este contexto.
Ângelo Almeida
Escritor, Teólogo e Psicanalista
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