“Fui ganhar um dinheiro e aconteceu isso aí. Foi a mente fraca”. Foi assim que Lailson Santos dos Santos, 20 anos, definiu o crime que resultou na morte do estudante de Medicina Veterinária Charles Muller Silva dos Santos, 21, na última sexta-feira.
Lailson é um dos acusados de participar da morte do estudante, ao lado de um adolescente de 17 anos. A dupla foi encontrada em pontos diferentes da capital, na manhã de ontem. Segundo a polícia, eles roubaram o carro de Charles, que estava estacionado em frente à residência estudantil da Universidade Federal da Bahia (Ufba), na Av. Garibaldi.
De acordo com o delegado Marcelo Sansão, titular da 1ª Delegacia de Homicídios, a dupla confessou o crime. Lailson foi apresentado pela polícia ontem e o adolescente foi encaminhado à Delegacia do Adolescente Infrator (DAI).
“Um diz que o outro anunciou o assalto, e vice-versa, mas a versão dos dois é a mesma quando dizem que o menor (de idade) teria atirado”, conta Sansão. Charles foi morto com um tiro nas costas.
Tanto Lailson, quanto o adolescente, dizem que o estudante da Ufba teria reagido, de acordo com o major Luís Paraíso, comandante da 13ª Companhia Independente da Polícia Militar (Pituba). “O menor fazia a segurança, enquanto o outro (Lailson) foi dar a voz de assalto. Os dois afirmam que Charles e Lailson teriam entrado em luta corporal e o menor diz que se assustou e atirou”, explica o delegado.
Ainda assim, não há certeza de que o adolescente tenha sido o autor do disparo. “A gente sabe que pode existir a intenção de jogar a responsabilidade no mais novo, pela pena”, analisa Sansão. O adolescente deve responder por ato infracional – o crime praticado por crianças e adolescentes.
Reconstituição
Na noite de sexta, a dupla pegou um táxi no Engenho Velho da Federação. “Eles pediram para ir até o Rio Vermelho e seguiram pela (avenida) Cardeal da Silva. Só que decidiram fazer um desvio para chegar à Garibaldi. Nisso, avistaram o carro e decidiram assaltar a vítima”, descreve o delegado. “Eles alegam que o taxista não tinha conhecimento de nada. Ele (o taxista) foi embora imediatamente”, completa.