O taxista, que transportava os dois acusados do latrocínio do estudante Charles Muller Silva dos Santos, 21 anos, se apresentou nesta quinta-feira (4), no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e disse ter ficado em estado de choque desde a data do crime. O taxista prestou depoimento ao titular da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), delegado Marcelo Sansão, relatando o que ocorreu na noite do latrocínio.
Assustado com os rumores de que teria envolvimento no crime, o taxista, que trabalha no ramo há 25 anos, contou ao delegado que, por volta das 21h, do dia 28 de março, quando já estava encerrando o expediente, foi abordado por um rapaz no final de linha do Engenho Velho da Federação, solicitando seus serviços. Mesmo informando que não faria mais corrida naquele dia, o rapaz insistiu e disse que o trajeto era curto. Quando se preparava para sair, o outro rapaz chegou e também entrou no carro, sentando no banco da frente, ao seu lado.
Ao ser informado que o local de destino era o Hospital Jorge Valente, localizado na Avenida Garibaldi, o taxista aceitou fazer a corrida. Segundo ele, durante o trajeto não conversou com os passageiros. Ao se aproximar do hospital, questionou sobre o ponto de parada, mas os dois pediram que seguisse, pois avisariam o momento de parar.
Quando um dos criminosos viu o carro da vítima, pediu ao taxista que parasse, solicitando ao comparsa, que estava no banco de trás, a arma usada no crime. Ao ver a cena, o taxista disse ter ficado muito nervoso, acreditando que seria o alvo dos criminosos.
Assim que os dois saíram, ele tentou colocar o carro em movimento, mas o nervosismo fez o veículo ‘morrer’. Ao conseguir ligar, deixou o local onde ocorreu o crime. Com base no interrogatório e nas informações prestadas, todas já confirmadas pela investigação, o delegado Marcelo Sansão acredita que o taxista não teve participação no crime.