A polícia ainda não sabe quem são os autores ou autor do crime que vitimou o biscateiro Ney Santos Barreto, 44 anos, que morava na companhia da mãe Marlene Santos Barreto, na Rua da Saudade, bairro do Poeirão, na cidade de Água Fria. Ney foi morto com uma pedrada quando chegava em casa na madrugada deste domingo (18), após participar do ato político que recepcionou o ex-prefeito Manoel Alves dos Santos (PDT),conhecido por Manoel Potinha, que estava preso entre os envolvidos na operação 13 de maio e de participar de um jogo de baralho no bar de Toinho.
Os últimos momentos que Ney foi visto pelos moradores da cidade de Água Fria, no final da tarde de sábado,17, soltando foguetes, como costumava fazer nos movimentos políticos liderados por Potinha e depois, também como era costume, foi jogar dominó.
O líder político Manoel Potinha, disse ao CN que não tinha dúvida que a morte de Ney foi motivada por razões políticas, mas não deu detalhes sobre este seu sentimento e resumiu em dizer que Ney era alterado nestes embates com pessoas ligadas ao grupo de oposição a sua tendência.”Mas era uma pessoa boa, não tinha envolvimento com nada, apenas bebia, mas era querido e a gente sabe que a politica de cidade pequena é sempre acirrada e alguém pode não ter gostado de ele está no movimento e se sentido provocado por ele está soltando foguetes”, observou Manoel Potinha, que disse ao CN que seus correligionários fizeram uma recepção para ele, mas que imaginava acontecer algo de grave.
O pedetista externou sua versão ao CN em sua residência no Distrito da Pataíba e aproveitou para dizer que sua prisão não tem nada a ver com questões administrativas referência ao período 2001/2008, quando foi prefeito de Água Fria. Ele lembrou que foi envolvido neste episódio por causa dos serviços prestados no município de Fátima em 2008 com sua empresa Santos Filhos Transporte, na gestão de Manoel Messias e teve que prestar esclarecimento, mas tudo esclarecido e, segundo ele, voltou para sua cidade com a cabeça erguida. Agradeceu aos amigos que lhe recebeu e lamentou a morte de Ney Santos, “que viveu seus últimos momentos de vida com alegria pelo retorno de seu amigo a Água Fria”, concluiu.
Mesmo sem saber desta posição do ex-prefeito, o sargento da reserva, Agdon, atual chefe da Guarda Municipal, descartou qualquer ligação política com este crime. Ele disse que passou pela Rua da Saudade fazendo ronda por volta das 2h e tudo estava tranquilo e as 05h foi informado por um morador que havia um homem caído e ao chegar no local com o objetivo de prestar socorro, o reconheceu e percebeu que o mesmo não estava com vida. Para verificar a veracidade, chamou um médico e constatou que realmente estava morto.
Na versão do militar, a morte de Ney pode tomar o rumo de latrocínio, roubo seguido de morte, pois, não foi encontrado próximo do corpo, o celular da vítima e nesta mesma noite, nas imediações do bairro Poeirão, um homem havia sido assaltado por duas pessoas que levaram o celular, deixando crê que pode ter ocorrido uma nova tentativa. “Garanto e descarto qualquer tentativa de crime com motivação política”, falou o sargento. Foi encontrado no local um blusão preto.
Apesar de beber, Ney era conhecido e querido da comunidade, falou o estudante João Pedro, que foi ao local assim que soube do assassinato. Ney concluiu o Ensino Médio em 2011, segundo a família ele prestou dois concursos para Prefeitura do município, conseguindo passar em ambos, mas não foi chamado.
A informação oficial as autoridades do crime foi ás 05h deste domingo e até ás 15hs, o rabecão da polícia técnica sediada em Alagoinhas não havia chegado ao local para remoção do corpo, o que provocou grande desconforto aos familiares e amigos que por muitas horas no chão.
Texto Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas