A rede estadual de Educação Profissional da Bahia se destaca como a segunda maior do país. São mais de 69 mil estudantes matriculados em 80 cursos técnicos de nível médio, o que representa crescimento superior a 1.600% em relação a 2007, quando no estado eram apenas 4.016 matriculados em 15 cursos.
Os dados são do Censo Escolar, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação, e refletem o compromisso assumido pelo Governo do Estado que, desde 2007, investe na Educação Profissional como política pública prioritária, garantindo a jovens e trabalhadores o acesso a cursos técnicos de nível médio e de qualificação profissional.
Para o superintendente de Educação Profissional do Estado, Almerico Lima, o resultado significa mais que números. “Este reconhecimento nacional evidencia um esforço coletivo, que inclui o Governo da Bahia, com investimentos do Tesouro do Estado e de recursos captados do governo federal, de professores, funcionários e gestores. Temos que comemorar também a transformação que a Educação Profissional vem realizando na vida destes jovens e trabalhadores”.
De acordo com ele, já são mais de 30 mil novos técnicos formados de 2010 a 2013, que estão preparados para atender e se beneficiar das demandas do desenvolvimento socioeconômico e ambiental do estado. Ele afirmou que a Bahia expandiu ainda o número de municípios – de 22 para 123 – nos 27 territórios de identidade baianos.
Concepção pedagógica
O trabalho como princípio educativo e a intervenção social como princípio pedagógico são bases conceituais e pedagógicas da Educação Profissional da Bahia. A matriz curricular dos cursos técnicos oferecidos na rede tem o pilar nas relações ‘trabalho-educação-desenvolvimento-socioeconômico ambiental’ e ‘ciência-tecnologia-sociedade’. Desta forma, os estudantes aprendem fazendo relação entre teoria e prática, aprendendo o valor social da profissão e exercitando a cidadania por meio de intervenções sociais, que beneficiam a comunidade a partir dos conhecimentos construídos no curso.
Os alunos percebem as oportunidades oferecidas pelos cursos. “Tenho 19 anos e, graças ao curso, consegui meu primeiro emprego com carteira assinada. Venho alcançando coisas na minha vida que nunca pensei em ter, o reconhecimento profissional e a valorização como técnica no meu trabalho. Sei que sou motivo de orgulho para minha mãe, para minha irmã e para meu marido”, conta a técnica em eletrotécnica Elvira Lima Marques dos Santos, egressa do Centro Estadual de Educação Profissional em Controle e Processos Industriais Newton Sucupira, em Salvador.
Romário Silva Nunes, 19, técnico em comércio pelo Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Negócios do Centro Baiano Professora Felicidade de Jesus Magalhães, em Jacobina, também cita os benefícios. “Este curso abriu minha mente. Hoje posso traçar melhorias para meu futuro, consigo enxergar possibilidades de crescimento como pessoa e como profissional. O curso foi tão bom que já ingressei na universidade e estou trabalhando na área administrativa”.
Danuzia Maria de Oliveira, diretora do Centro Territorial de Educação Profissional do Sisal (Cetep), em Serrinha, destaca sua experiência na região. “Os benefícios e perspectivas da formação técnica oportunizadas pela Educação Profissional ampliaram, significativamente, os horizontes dos jovens e trabalhadores do território. Eles saem do centro com preparo necessário para atender às necessidades do mundo do trabalho e também como cidadãos críticos”.