Um professor de 32 anos foi agredido por um vizinho no feriado de Tiradentes e sofre ameaças de morte após prestar queixa na delegacia. O homem, que ensinava em duas escolas no bairro de Plataforma, na capital baiana, tem medo de mostrar o rosto e já não sai mais na rua.
— Primeiro, as agressões foram verbais. Eu pedindo para falar, me justificar, tentar entender aquilo e eles batiam cada vez mais. A insistência de tentar me justificar aumentava, cada vez mais, a fúria, a raiva deles por algo que eu não entendia por que estava acontecendo.
O professor fez exame de corpo de delito e as feridas ainda estão cicatrizando. Acolhido por um amigo, em um endereço mantido em sigilo, ele tenta entender o motivo da agressão gratuita.
— Sempre foi muito gentil comigo, me cumprimentando, me saudando com gentileza, mas infelizmente…
O professor estava indo devolver o secador de cabelos de uma amiga, quando foi abordado pelo vizinho. Depois da discussão, foi uma questão de tempo até o acusado chamar os amigos para espancar a vítima e depois jogá-la de uma ribanceira.
O professor foi mais uma vítima dos casos de homofobia que foram registrados pelo Grupo Gay da Bahia. Em 2013, foram 20 homicídios no Estado. Neste ano, já são três registros em Salvador. Agora, o professor aguarda por justiça. Ainda muito abalado com a violência que sofreu, ele não sabe como recomeçar.
— Estou com muito medo, muito medo.
Redação: CN*Informação: R7