O Distrito de Aroeira, em Conceição do Coité promoveu na tarde e noite do último domingo, 22, mais uma edição do Forró Jegue, a festa que leva um tema diferente a cada ano, neste que chegou ao 20º trouxe o jegue na prisão, simbolizando os envolvidos no mensalão.
A coordenação usou personagens para representar o ministro do STF Joaquim Barbosa, principal autoridade judiciária no assunto, ele que desfilou sobre uma gaiola representando a penitenciaria da Papuda em Brasília, dentro da grade um homem representando a figura da Marcos Valério e o jegue, e do lado de fora, mas com farda de presidio, dois homens caracterizados de José Dirceu e José Genuino puxavam a charrete.
Antes de acontecer a festa, havia uma polêmica em torno da musica tema, pois para muitos tinha a intenção de atacar o governo municipal que é do Partido dos Trabalhadores, já que os principais envolvidos do mensalão são do mesmo partido do prefeito de Coité, Francisco de Assis, mas segundo o ex-vereador Edevaldo Santiago Ramos, Dé de Aroeira como é conhecido um dos criadores do Forró Jegue e autor da letra da música não teve nenhuma intenção de atingir o governo municipal. Segundo ele a cada ano o Forró Jegue tem um tema baseado no assunto de maior repercussão no Brasil no ano, “este ano pensamos no Jegue Rei, pois são 20 anos de reinado, até fizemos a música, mas numa reunião com a coordenação a maioria entendeu que o assunto do mensalão foi de maior repercussão no ano e optamos por trazer como tema da festa”, justificou Edevaldo.
“ Muitas pessoas tentaram ludibriar a consciência das pessoas, inclusive da liderança maior da cidade que é o prefeito, dizendo que a música foi feita com a intenção de prejudica-lo, mas depois conversei com o gestor e mostrei que não tive a intenção, e ele acreditou, por a letra falar bem de Che Guevara e Karl Marx que sabemos da importância que esses dois homens tiveram para o mundo, pois a politica social foi idealizada por eles. Então a gente respeitou, hora nenhuma tivemos a intenção de atingir a moral do prefeito, mesmo porque ele não está em Brasília, é um tema corriqueiro,onde foi bastante badalado os nomes do principais personagens , Joaquim, Genuino, Valério e Dirceu”, afirmou Dé.
O forró jegue já teve como personagem no meio político a figura do presidente Fernando Henrique comparando ele a Fernando Collor e Fernandinho Beira Mar, “ a letra da música dizia: manda esses Fernandos para ponte que partiu”, em 2000 o tema foi o “Jegue Prefeito” cuja letra dizia: queremos jeguerê na prefeitura para ajudar o pobre que tem a vida dura”. A letra é sempre satírica. Então se a letra do jegue prefeito foi em 2000 [Vertinho prefeito] imagine se fosse hoje?” Questionou Edevaldo, ele que é um dos principais lideres do grupo que perdeu a eleição para o PT em Coité. Embora o distrito seja o principal reduto politico de oposição ao prefeito Assis, Edevaldo garante que a politicagem não vai abalar a estrutura do Forró Jegue que segundo ele, sempre aconteceu independentemente de apoio de quem quer que seja.
Ainda sobre o tema, questionado por que o jegue não foi caracterizando quem sabe de jogador de seleção, Edevaldo justificou que a ideia é não repetir, segundo ele em 2002 o tema foi o Jegue na Copa, que pedia que Galvão solicitasse a convocação do jegue para ajudar a Ronaldo e Robinho no ataque da seleção.
Escolha do jegue – A coordenação não consegue manter o mesmo animal, mas segundo a coordenação é escolhido o mais manso, passa a colocar som próximo dele para se acostumar com o barulho, mesmo assim no dia do desfile ele vai com uma proteção no ouvido para não estressá-lo, é um animal tratado e não faz quase nada durante o ano, para que no dia esteja bem para animar o folião.O que se aprsentou este ano chamado de “gaguejo” completou quatro anos na festa.
Texto e fotos: Raimundo Mascarenhas