O publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins, 47, morador do edifício onde o zelador Jezi Lopes Sousa, 63, trabalhava, foi flagrado queimando as vísceras do idoso. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a polícia encontrou o publicitário tentando se livrar do corpo do zelador na casa do pai, que fica no bairro Balneário Maracanã, em Praia Grande, litoral paulista.
Ainda de acordo com a publicação, Eduardo usou um tambor para queimar os órgãos de Jezi. Já para queimar a cabeça, pernas e tronco, o publicitário usou a churrasqueira da casa.
Eduardo confessou o crime e disse que matou o zelador, colocou o corpo em uma mala e fugiu para a casa do pai.
Desaparecido
O zelador Jezi foi visto pela última deixando o elevador do edifício em que trabalhava, no bairro Casa Verde. Imagens das câmeras de segurança do condomínio mostram quando ele sai do elevador em um dos andares para entregar cartas a moradores. Depois, ele não é mais visto retornando ao elevador.
Outras 15 câmeras também não registraram o zelador passando pelas escadas – todas funcionam 24h por dia. As três câmeras da frente do edifício também não mostram o saindo. O prédio tem 22 andares.
Desavenças entre o publicitário com a vítima foi a motivação do crime. Ele contou a polícia que as discussões começaram há cerca de dois anos porque o zelador furtava jornais de sua porta.
O delegado Egídio Cobo classificou o publicitário de “maquiavélico” e falou sobre as desavenças que motivaram o crime. “Coisas banais, coisas de condomínio. Nem todos os condôminos aceitam a maneira de administrar”, disse o delegado, que é titular do 13º Distrito Policial de São Paulo em entrevista ao G1. “Ele nunca esperava que a polícia fosse agir tão rápido”, acrescenta.
A filha de Jezi, Sheyla Viana de Souza, 27 anos, contou à polícia que um morador ouviu gritos de discussão e pedidos “para parar” vindo de um apartamento próximo. Pelo olho mágico, esse morador avistou o publicitário fechando a porta.
Esse episódio narrado pela testemunha é compatível com o horário em que o zelador foi visto pela última vez saindo do elevador. Policiais militares e outros funcionários do prédio procuraram por todo o edifício e não acharam Jezi.
Em depoimento, Eduardo contou que encontrou com Jezi no corredor ao abrir a porta de seu apartamento e começaram a discutir. Eles entraram em luta corporal, mas zelador bateu com a cabeça na maçaneta e desmaiou. Ao constatar a morte, Eduardo puxou o corpo para dentro de sua casa e fechou a porta.
Mala no elevador
As câmeras mostram o publicitário entrando no elevador “arrastando uma mala escura e carregando um saco, ambos de grande porte, que demonstraram estarem bem pesadas, levando-se em consideração a dificuldade (…) ao arrastá-la”, disse Sheyla à polícia.
Testemunhas dizem que o morador foi até a garagem. Pelas imagens, a mulher o ajuda a colocar a mala e o saco no carro do casal. Os dois saem no veículo e retornam.
A família registrou o desaparecimento de Jezi no sábado. PMs foram até a casa do publicitário neste mesmo dia e ele contou que já havia discutido várias vezes com Jezi, “mas que ontem (sexta) nada havia acontecido”.
No local, os policiais encontraram sacos similares aos que aparecem nas imagens de segurança. Dentro deles havia roupas e tênis. No carro, eles acharam uma mala que continha somente roupas.
O casal inicialmente disse que saiu para levar as roupas para uma igreja, mas o local estava fechado. Em depoimento à polícia, Ieda manteve a versão, dizendo que o marido contou que a mala estaria cheia de roupas para doação a uma igreja. Ela negou qualquer participação no crime.
Na casa em Praia Grande onde o zelador foi encontrado morto, policiais encontraram pedaços do corpo espalhados em sacos plásticos. Alguns ele tentou queimar e outros enterrar.
Redação: CN*Informação: Correio