O Calila Noticias vem realizando uma enquete para saber a preferência do torcedor para levantar o mais cobiçado troféu do futebol mundial, Alemanha ou Argentina. O resultado vem sendo ‘uma goleada’ de preferência pelos alemães, que até o fechamento dessa matéria (11h40) tinha a seu favor 59%, que representa 228 votos, contra 24% para os argentinos (94 votos), a terceira opção não torce para nenhum 17% correspondente a 67 votos.
Todo brasileiro sofreu com o histórico e humilhante 7 a 1 que a Alemanha aplicou no Brasil e que tirou o sonho do hexa jogando em casa, mas o que a seleção europeia fez de beneficio desde quando chegou ao Brasil ainda nos preparativos da Copa, usando inclusive excelentes estratégias que resultaram no ganho da simpatia de muita gente.
O CN lembra alguns pontos fundamentais para conseguir a simpatia do brasileiro e logo abaixo, o jornalista Josevaldo Campos opina a cerca do assunto.
Alemanha cria camisa idêntica a do Flamengo para jogar na Copa, não há duvidas que a intenção foi cativar a maior torcida do Brasil, construiu no Sul da Bahia um luxuoso centro de treinamento e hospedagem, acolheu índios, pescadores, e pessoas da Vila Santo André em Santa Cruz Cabrália, caiu no ‘lepo lepo”, cantou o hino do Bahia, vestiu a camisa tricolor e posou para fotos, goleou o Brasil e foi para mídia dizer que o Brasil não merecia aquilo, diria que essa parte não é nada confortável, mas reconheceu.
Os argentinos por sua vez, apareceram na televisão local o tempo todo ironizando a derrota por 7 a 1 sofrida pela seleção canarinho, e pelo que se sabe, a rivalidade de Flamengo x Vasco, Corinthinas x Palmeiras, Bahia x Vitória, Cruzeiro x Atlético, Inter x Grêmio, Paysandu x Remo, Ceará x Fortaleza entre tantos no Brasil que um time quer destruir o outro, assim é Brasil e Argentina. Em plena copa de 2014 os Hermanos ainda provocam os brasileiros na arquibancada dizendo que Maradona é melhor que Pelé.
Veja o que escreveu Josevaldo a respeito da Alemanha
Uma Alemanha diferente
Eu ia torcer pela Argentina, confesso. Por uma questão geográfica, de proximidade com o Brasil. E porque também, me desculpem os especialistas em futebol, nunca enxerguei essa rivalidade toda entre as duas seleções.
Mas fui surpreendido por uma Alemanha que entra em campo organizada tecnicamente e que, fora dos gramados, vem marcando vários golaços. A primeira boa impressão que tive dos jogadores da seleção alemã foi a forma amistosa como eles, quase que numa inversão de posição, receberam e foram recebidos pelos moradores da Vila de Santo André, em Santa Cruz Cabrália.
Segundo, após a exótica e ainda incompreensível vitória por 7×1 ou derrota do Brasil, dependendo do ponto de vista. A mensagem, em português, do jogador Podolski, após o jogo histórico, como outros jogadores também fizeram, demonstrou um comportamento respeitoso, sensível, que poderia vir de um atleta de qualquer um dos continentes, mas pouco provável que viria logo deles, os alemães, povo considerado frio, indiferente e que, contra a vontade, carrega o estereótipo de nazista, gente do mal.
A decisão da Federação Alemã de doar 10 mil euros (cerca de R$ 30 mil) à Aldeia Pataxó (Santa Cruz Cabrália), que utilizará o recurso para compra de uma ambulância, foi mais um gesto nobre, algo tão raro aqui pelo Brasil quanto ganhar uma taça. Além disso, os jogadores assumiram o compromisso de financiar até 2018 um projeto esportivo para crianças e doaram cerca de R$100 mil para construção de um campo com gramado e reforma de escola na Vila de Santo André.
Soma se a isso a simpatia para com os moradores e a proximidade que eles permitiram ser criada, misturando-se com o povo e o dia a dia da comunidade. E acompanhando essa presença alemã em terras baianas, e mais brasileiras do que qualquer outra, não pude deixar de lamentar muito não ter dado certo a proposta para eu, enquanto jornalista, acompanhar a estada deles por lá.
Sorte ou não, o fato é que as águas baianas e a cordialidade indígena estão abrindo caminhos para eles. Se a Alemanha levar o caneco para a Europa, será merecido, pelo bonito futebol que jogou. O título de campeão, em minha opinião, já foi conquistado desde o dia em que desembarcaram onde esse país chamado Brasil ousou começar uma história.
Por: Raimundo Mascarenhas e Josevaldo Campos