Derrotada no primeiro turno, a oposição ao governo petista na Bahia assumiu a postura de buscar pelo diálogo. “O recado que eu deixo para o governador eleito Rui Costa (PT), a quem parabenizo, é que o palanque está desfeito e que o prefeito de Salvador está disposto a trabalhar com ele pensando sempre no interesse da cidade. Agora, ele é governador de todos e não só de quem votou nele”, disse, ontem, o prefeito ACM Neto (DEM).
O democrata participou, no final da noite, após a apuração, de entrevista ao lado do candidato Paulo Souto (DEM), que foi superado nas urnas por Costa. Em tom conciliador, Neto declarou que buscará, manter a comunicação com o novo governador. “Qualquer que fosse o resultado eu iria procurar construir uma relação administrativa de respeito. A população tem que estar acima de qualquer questão política”, afirmou Neto.
Acompanhados por secretários municipais da capital e de deputados eleitos, os democratas, apesar da derrota, valorizaram o avanço da oposição no estado. “A oposição saiu vitoriosa. Crescemos muito. Aumentamos o nosso capital eleitoral”, declarou ACM Neto, referindo-se ao fato que de que, nas eleições de 2010, Souto teve 16% dos votos e nesse pleito conquistou 37% do total.
Souto admitiu que a vitória do petista – ainda no primeiro turno – causou surpresa, principalmente pelo fato dele ter liderado as pesquisas desde o início. “Foi surpresa, sim. Não sou capaz ainda de analisar exatamente o que houve. A não ser, mais uma vez, um certo predomínio dos baianos em relação à figura da presidente (Dilma). Isso pode ter contribuído para dar uma margem maior”, afirmou.
Os democratas declararam que entrarão forte na campanha do segundo turno pela eleição de Aécio Neves (PSDB) para a Presidência. Candidato derrotado para o Senado, o peemedebista Geddel Vieira Lima não compareceu na entrevista, mas, em nota, declarou que também participará da campanha do tucano. “Conclamo a todos que confiaram em mim, e no meu nome depositaram suas esperanças, para que, unidos, marchemos para eleger Aécio. Entrarei nessa luta com todo o vigor de quem acredita que o Brasil precisa mudar”.
Em terceiro lugar na disputa pelo governo, a senadora Lídice da Mata (PSB) atribuiu a falta de apoio e à polarização DEM-PT pela derrota nas urnas. “A tendência real foi de polarização e, na medida em que polariza, a minha candidatura fica imprensada entre essas duas máquinas”, disse, ontem, após a apuração.
Fonte: Correio