O agricultor familiar João Pereira da Silva Filho, 54 anos, conhecido por Zinho, residente na Comunidade de Saco do Moura, distante 13 km da cidade Serrinha e a 5 km de Lamarão, falou ao CN que está satisfeito com o Projeto “Galinheiro”, implantado em fase experimental em sua propriedade. Ele disse que chega a ganhar mensalmente com a venda e abate das galinhas, entre R$ 1 mil a R$ 1.200 levando em consideração que comercializa 200 kg a R$ 6 Kg mensalmente.
Para obter este resultado, segundo “Seu Zinho” é necessário ter tempo e dinheiro para cuidar das galinhas, principalmente na alimentação, ou seja, no caso das galinhas brancas, como ele chama as de granja, até vinte dias, coloca um tipo de ração para crescimento, daí em diante, alimenta com milho e soja. Este mesmo cuidado ele tem com as galinhas carijó, uma ave de porte alto, excelente produtora de carne, ovos e são abatidas com 76 dias.
“Seu Zinho” é o proprietário do único açougue da comunidade e praticamente sua produção é consumida em Saco do Moura e nas comunidades adjacentes. “Minha dificuldade hoje é aquisição de um abatedouro industrial, pois, faço tudo do modo tradicional”, concluiu.
Ele mora juntamente com quatro pessoas da família em uma área de 60 hectares, corresponde 70 tarefas onde cria, além das galinhas, gado e está iniciando um criatório de porco.
Chamado de Kits1, formado pelo aviário com 200 aves, sendo cem com um dia de nascido e mais cem com trinta dias, uma cisterna de 52 mil litros d’água, uma horta para produção de alimentos da família, um barreiro de 15 horas e esta experiência do Saco do Moura deverá beneficiar 1000 famílias no território do sisal e faz parte do projeto 2ª Água, desenvolvido pelo CONSISAL e tem como objetivo produzir alimentos e gerar renda para os agricultores familiares.
No caso do projeto implantado na propriedade de “Seu Zinho”, quem cuida da horta é a filha Verbénia Silva de Jesus. Ela estuda pela tarde em Serrinha, mas acorda bem cedo e vai cuidar do plantio de coentro, cebolinha, quiabo, alface e pimentão. Esta horta é molhada com irrigação através do sistema formado pela cisterna que capta água do telhado do galinheiro depois uma bomba sapo joga água até um tanque de mil litros, ficado em uma parte alta e por meio de canos e mangueira, leva água até a horta e ao galpão onde são criados os frangos.
Verbénia comercializa os produtos no açougue do pai e sua produção também é consumida pelos vizinhos, pois “ninguém tem horta em casa”, falou a estudante que está concluindo o segundo grau e pensa em fazer vestibular para área da agricultura.
Para ser beneficiado, a exemplo desta família, é necessário ser agricultor familiar, ter a cisterna de consumo humano pelo projeto 1ª Água e ter a experiência com a criação de frangos e cultivos de hortaliças, pois a ideia é utilizar água da chuva e outras fontes hídricas na produção de alimentos.
Dentro do projeto 2ª Água serão construídos também, mais 50 barreiros de 700 horas beneficiarão outras 1000 mil pessoas e estão sendo investidos mais de R$ 31 milhões, nos municípios que compõem o CONSISAL em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Social – MDS.
O eleito governador Rui Costa (PT), esteve na comunidade a convite do prefeito de Serrinha e presidente do CONSISAL, Osni Cardoso. Segundo Cardoso, ações desta natureza pretendem garantir a permanência dos agricultores e agricultoras familiares em seu local de origem, possibilitando uma melhor economia e qualidade de vida na época de estiagem.
Osni disse também que o CONSISAL vem desenvolvendo ações nos municípios do território do sisal desde 2013, onde foi realizado o primeiro projeto com construção de cisternas de placas de 16 mil litros e teve como objetivo beneficiar as famílias de baixa renda. “Agora por sua vez, este projeto chamado ‘2ª água, vem ajudar as agricultoras e os agricultores, através dos produtos da agricultura familiar, plantados no seu próprio terreno e que mantém o sustento da família através do consumo dos seus próprios produtos e ainda vender, a gerar sua renda” concluiu Osni Cardoso.
Três mil famílias estão sendo beneficiadas e os projetos foram separados em três Kits, sendo o Kits1, Galinheiro, cisterna, horta, que está em fase experimental, Kit 02, barragens comunitárias de 700 horas, a exemplo das construídas em Valente e o Kit 03, forragem e limpeza de barragens.
Redação CN