O sepultamento do jovem estudante de música da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Vinicius Almeida Matos da Silva, 24 anos, aconteceu no final da tarde desta quinta-feira (25), feriado de Natal, com a presença de cerca de mil pessoas e sob um sol de quase 40 graus.
Antes do sepultamento, o corpo do jovem Vinicius Matos foi velado na residência de seus pais Manoel Raimundo Matos da Silva (Désio) e Sueli da Silva e Almeida, que estavam muito abalados. A casa, localizada no centro de Vila Aparecida, foi cercada por pessoas de vários municípios da região, que foram prestar solidariedade à família e se despedir do músico.
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O corpo do jovem foi liberado pelo DPT (Departamento de Policia Técnica) de Feira de Santana nesta quinta-feira (25), por volta das 11h10. O velório aconteceu na residência dos pais, durante toda a tarde.
O sepultamento de Vinicius, que era tecladista da Banda Bonde dos Clones, foi acompanhado por artistas e músicos (colegas do artista vindos de vários municípios), de professores, empresários, políticos, além de familiares e amigos de Vila Aparecida e região.
Sob forte emoção dos familiares, Vinicius foi sepultado por volta das 17h30. No cemitério, um músico fez um rápido discurso, seguido de cânticos e salva de palmas. Nesse momento, muitos choraram, principalmente jovens e colegas do artista, que lamentavam a sua partida.
Discurso emocionado e lamentações – A morte de Vinicius Almeida Matos da Silva poderia não ter chamado tanta atenção não fosse ele uma pessoa de brilho e de forte carisma. Além de adorado pelos amigos e colegas artistas, o jovem era amado pelos pais Désio e Sueli, os irmãos Vitor e Vitória, e os tios e primos.
Muita abatida, a mãe de Vinicius precisou ser medicada no Hospital Municipal de Riachão do Jacuipe durante o dia. Ainda assim, apesar da dor, ela se mostrou firme durante o velório e o sepultamento. Após chegar do cemitério, em casa, ela fez um forte desabafo para os familiares.
“Na minha vida eu já passei por muitas dores e dificuldades. Mas o que eu mais senti até hoje foi a morte de Valfredo, porque ele era como um pai para mim. Eu considero a morte do meu filho Vinicius outro golpe difícil de superar. Eu sei que eu tenho o meu marido e os meus outros dois filhos, mas será muito difícil esquecer. Vou ficar sempre vendo ele chegar na porta, me chamando… Eu preciso da ajuda de vocês para superar essa dor, por favor, voltem aqui, porque os próximos dias em nem sei como eu vou aguentar”, disse, abraçando a todos os familiares presentes.
Calmo, mas inconformado. Esse era o comportamento de Désio, o pai de Vinicius. O tempo inteiro ele confortou pessoas e foi confortado, mas a dor lhe deixou prostrado e em prantos constantes, tal a sua paixão pelo filho. Aliás, ao longo dos últimos anos, o que ele mais fez foi tentar abrir portas para o jovem crescer na carreira artística. E justamente agora, quando já começava a colher os frutos, Vinicius teve a vida abreviada num trágico acidente.
Presente no sepultamento, o tio Paulo Matos também lamentou a perda do sobrinho: “Ele era um jovem muito bom e inteligente. Gostava muito de música e aonde chegava era tocando, mexendo no instrumento que encontrava pela frente. Ele era uma pessoa que se dava com todo mundo, estava arrumando a vida dele, estudando em Feira de Santana, fazendo tudo que ele queria. Mas a vida é assim mesmo, não podemos fazer mais nada e não ser lamentar”.
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