O governador Rui Costa concedeu entrevista coletiva, em frente à rampa da Assembleia Legislativa da Bahia, no Centro Administrativo (CAB), após tomar posse do cargo e passar a tropa em revista, na quinta-feira (1º). Segundo ele, o discurso feito durante a solenidade de posse foi escrito a partir do seu sentimento e proferido com a emoção aflorando a cada vez que recorria à memória de seus familiares, em especial os pais.
“Eu quero mais uma vez agradecer ao povo da Bahia a confiança. Podem ter a absoluta certeza – eu vou governar com a alma, com o coração e com a inteligência, que Deus me permitir para fazer o máximo que as condições concretas permitirem”.
Após a cerimônia de nomeação dos secretários e da transmissão de cargo, em frente à Governadoria, Rui Costa seguiu para Brasília, onde participou da solenidade de posse da presidente Dilma Rousseff e também da nomeação do ex-governador Jaques Wagner como ministro da Defesa. “Volto à noite e amanhã, já no batente, começo a anunciar os primeiros nomes, incluindo aí a área de segurança”.
Três pilares fundamentais – Ele disse que a sua gestão terá três pilares fundamentais – educação, saúde pública e segurança pública. “A educação é um elemento transformador, estruturante na vida de qualquer ser humano, aí compreendidos todos os elementos da educação, inclusive os culturais”.
Na saúde pública, o governador disse que fará o melhor possível com os recursos destinados ao segmento “e serei linha de frente, na primeira fila dos governadores que vão lutar por mais recursos para a saúde no Brasil”. Quanto à segurança, Rui Costa citou a importância da polícia cidadã, “inteligente e rigorosa com o crime, mas que seja amável e respeitosa com o direito de qualquer cidadão”.
Segundo escalão e orçamento – Rui costa disse que o segundo escalão começa a ser anunciado nesta sexta-feira (2). De acordo com ele, na gestão do orçamento, vai dar centralidade às ações. “Quando se pulveriza demais, você termina perdendo a centralidade daquilo que é essencial. Então vamos buscar ainda em 2015, mesmo com o orçamento elaborado no ano passado, evitar a dispersão de recursos”.
O governador pontuou que houve mudança muito rápida no perfil demográfico da população baiana e brasileira. “Diminuiu rapidamente a quantidade de nascimentos e de pessoas jovens, e cresceu muito rapidamente a expectativa de vida. Com isso, cresceram os números de adultos e idosos e também o custo da saúde. Então, não é possível, com toda a eficiência que nós vamos buscar na gestão, responder às necessidades do povo brasileiro e do povo baiano, sem recursos adicionais para a saúde”. Segundo Rui Costa, esta é uma posição unânime entre os governadores de todo o Brasil.
Interiorização do desenvolvimento – Cerca de 80% da população baiana, segundo Rui Costa, vivem nas cidades do interior e, ao longo de oito anos do governo de Jaques Wagner, 60% dos empregos gerados foram no interior da Bahia, fora da Região Metropolitana de Salvador (RMS). “Nós vamos procurar aprofundar a infraestrutura logística no interior para viabilizar a chegada de empresas, de mais empregos. E aí eu me refiro aos projetos de ferrovias, rodovias, aeroportos, como o de Ilhéus, que será construído por meio de uma PPP [parceria público-privada], que pretendo fazer ainda este ano”.
Ele citou o novo aeroporto de Feira de Santana, a ser construído em parceria com o governo federal, e o de Vitória da Conquista, que será concluído, além dos 20 aeroportos regionais, “que estão no plano federal a nosso pedido e que a presidenta Dilma vai executar”.
Para o governador, investimentos em infraestrutura, educação e universidades vão manter o ritmo forte de crescimento no interior do estado. “Várias cidades da Bahia estão entre as que mais crescem e se desenvolvem no Brasil, como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Luís Eduardo Magalhães, Teixeira de Freitas, que têm demonstrado um ritmo de crescimento muito acima da média nacional”.
Relação com as prefeituras – Rui também afirmou que terá uma relação madura com as prefeituras, inclusive as de oposição. “Da minha parte, tenho plena consciência e gratidão pelo povo de todas as cidades da Bahia, e eu retribuirei a este povo o carinho que ele merece, independente da filiação do gestor de cada município. Não farei nenhum tipo de diferença no tratamento, e eu espero reciprocidade, para que as coisas que sejam do interesse da gestão municipal ou do Estado ganhem celeridade”.
Cenário econômico – O novo governador disse ainda que o ano de 2015 não vai ser de arrocho no cenário nacional, mas um ano de ajustes fiscal e macroeconômico. “Não será um ano de folga para estados nem para municípios. […] Então, nós faremos um esforço extraordinário para refinar a gestão em todas as áreas para economizar recursos e seguir o ritmo de investimentos. Temos muitos recursos já contratados sendo executados, suficientes para dar o andamento inicial de um governo. Os novos investimentos irão acontecer, eu acredito, a partir do segundo semestre”.
Secom/GovBa