Um tiroteio no escritório de um jornal em Paris, na França, deixou 12 pessoas mortas e mais 10 feridas na manhã desta quarta-feira (7). A Charlie Hebdo, uma publicação satírica do país, já tinha sido alvo de um ataque em 2011, após publicar uma caricatura do profeta Maomé que ofendeu os muçulmanos.
Pelo menos um jornalista da revista está entre os mortos. Três policiais e outros jornalistas também ficaram feridos durante o ataque, informou o policial Luc Poignant – quatro das dez vítimas estão em estado grave. O editor-chefe e cartunista do jornal, Stephane Charbonnier, também morreram.
Três outros cartunistas, mortos durante o tiroteio, foram identificados como Jean Cabut, Bernard Verlhac, conhecido como Tignous, e Georges Wolinski.
O ataque foi feito por dois homens armados e encapuzados que entraram no hall da redação do jornal e dispararam pelo menos uma arma automática, segundo fontes citadas pelos jornais Nouvel Observateur, Libération e Le Figaro.
“Cerca de meia hora atrás dois homens usando capuz escuro entraram no prédio com duas armas”, disse uma testemunha do ataque, Benoit Bringer, em entrevista à rádio France Info. Os atiradores foram vistos deixando o prédio da revista logo em seguida.
O ataque foi confirmado pela prefeitura da cidade. O presidente francês, François Hollande, está no local do crime. Em um pronunciamento nesta manhã, ele definiu o tiroteio como uma ação “terrorista”.
“A França está em choque”, disse o presidente durante uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (7). “Essa é uma operação terrorista, feita por terroristas, contra um jornal que já tinha sido ameaçado diversas vezes – e é por isso que temos de lhe dar a proteção que ele precisa”, pediu.
“Ninguém na França pode pensar que é possível se comportar de uma forma que vá contra e prejudique o princípio da República”, declarou Hollande. “Hoje eu penso nas vítimas – doze estão mortos, e quatro lutam por suas vidas. Nós devemos fazer o possível para descobrir os responsáveis por isso, e demonstrar que o país está unido neste momento”.
Alerta máximo – As autoridades elevaram o nível de alerta de segurança na região parisiense para o máximo. Uma ex-funcionária do jornal Charlie Hebdo, Fiamnetta Venner, lamentou o ataque. “Nós tínhamos medo desse momento, e ele finalmente chegou. Todos os nossos amigos que morreram vão ser partes de nós”, disse a jornalista para a BBC.
“Acho que este ato serviu para acordar uma nação inteira, porque uma geração de artistas e jornalistas desapareceu hoje”, lamentou.