Existe um pensamento que influencia nosso dia-a-dia, este pensamento, até mesmo, nos leva a viver o que não somos. Hora, se vivemos o que não somos, estamos maquiando ou blefando. Há arte do engano aos olhos de quem nos vê e nos interpreta, o mais certo erroneamente pois vendemos uma imagem sem ser o que somos.
Existe um sentimento que, também, influencia a nossa vida. Digamos que você se sinta desprezado por outrem por não ter recebido um obrigado, um cumprimento de, – “bom dia” ou “boa tarde”. Ser ignorado nos deixa um sentimento de sem valor? Pode ser que não o recebemos esse cumprimento por displicência de quem deixou de falar conosco. Portanto, é perigoso antecipar o sentimento de se sentir desprezado.
Pensemos, então, que nesses dois exemplos – poderemos analisar que “o sentir” , “o pensar”, “o agir” poderá ser influenciado por um estímulo de “não saber o que se faz”? Mês que a pratica é consciente? Vamos lembrar da ação do verbo “fazer”. Compreendamos que “nós fazemos e construímos ou alicerçamos o nosso sentir e o pensar que poderão nos fazer bem ou mau”. Cabe bem citar “quero trazer a memória o que me dá esperança”, dito por Profeta Jeremias no Antigo Testamento.
Mas, o mestre por excelência Jesus, ao final da vida terrena, ainda encarnado quando dependurado na cruz, disse “…perdoa porque eles não sabem o que faz”. É uma frase que nos incita a pensar e sentir. Pensar quando é possível alguém não saber o que faz, esse caso é uma pessoa que tem forte estímulo de traumas negativos que transfere o mau para quem não o merece receber. Digamos – o caso de uma jovem abandonada por seu pai na sua infância, ao se casar, o seu futuro estará carregado de sentimentos ruins que o seu esposo jamais pensou em praticar com ela, porém, ela carrega em si e dentro de sua história de vida esse trauma: rejeição. E a rejeição é um dos piores sentimentos que causa muitos maus tratos nos cônjuges, ainda que estejam comprometidos com a Igreja Evangélica que ensina o “perdão”. Ambos vivem um inferno: sem saber o quê; e o porquê dessas agressões.
Perdoar é o primeiro caminho para uma boa convivência em sociedade, em família ou por onde pisarmos os nossos pés. Porque, o outro, aquele que está ao nosso lado, tem um histórico de vida que explode ou reflete ao seu deredor como algo ruim, ainda que aquela pessoa não seja tão ruim ou pense praticar o mau. Porém, o seu inconsciente, as suas atitudes são reflexos de uma mente insana, um cérebro enfermo onde se vê e se conhece na convivência.
O contexto de “não saber o que fazem” é que são ou foram, por demais, atacados quando querem ser amados. Desferem palavras que é a materialização ou a formação de um trauma do passado, ou seja, aquele mau sentimento se materializa em uma ação nefasta. Onde se conhece no tom de voz, nas reações agressivas que nada mais nada menos o que desejam é: alivia a minha dor. Faltam-lhe uma palavra branda que acalma aquela dor da alma. Dor essa que não tem feridas que o sangue é exposto ao olho nu. É uma dor que está na alma, poucos sabem, e pior, o hospedeiro desconhece que essa dor existe dentro dele.
Por fim, – perdoa por não saber o que faz. Entendeu, agora, o que Jesus quis dizer?
Ângelo Almeida, Teólogo e Psicanalista
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