Os servidores das escolas estaduais de Conceição do Coité, com vínculo às empresas terceirizadas C e C Mão de Obra LTDA. e Sandes Serviços, resolveram em reunião na manhã desta quinta (5) no Centro Cultural, paralisar as atividades por tempo indeterminado, devido a atraso de salários, falta de repasse do FGTS e do vale alimentação. Representantes de cidades vizinhas estavam na reunião, e a expectativa é que a paralisação abranja escolas da DIREC 12.
Cerca de 40 trabalhadores entre terceirizados e PST’s, indignados com a falta de pagamento e o descaso que persiste mesmo com o novo governo e a troca de empresas, decidiram não retornar ao posto de trabalho até que se resolva a situação. Segundo os funcionários, são dois meses sem receber os proventos e três meses sem os vales.
Muitos desses trabalhadores e trabalhadoras são pais e mães de famílias, que dependem do trabalho para seus sustentos. Entre eles está Diego Oliveira da Silva, porteiro do Colégio Polivalente, pela empresa C e C Mão de Obra. Ele diz que a paralisação é justa, pois a empresa não honra seus compromissos, e revela que depende deste salário para pagar pensão.
“Estamos sendo prejudicados e lesados. Precisamos pagar nossas contas. Eu mesmo tenho que pagar pensão e dependo desse salário… e se não pagar posso ir preso. Mas eu não sou bandido, sou trabalhador. A empresa que não cumpre a sua parte. Acredito que ela recebe do Estado, que também é omisso e não resolve a situação. Por isso estamos ai nessa luta, exigindo o que é nosso de direito”, protestou Diego.
Emerson Santana Carneiro, recepcionista do Colégio Estadual Antônio Bahia, também da C e C Mão de Obra, diz que a situação é constrangedora e o governo se esquiva do problema.
“Mais uma vez estamos em situação constrangedora, há dois meses sem receber salários, FGTS não vem sendo depositado e tem vales atrasados. A gente se pergunta como vamos arcar nossos compromissos, pagar nossas contas? E nesse jogo, o Estado se esquiva de sua responsabilidade deixando os serviços nãos mãos dessas empresas, que estão surrupiando a nossa dignidade, porque nossos direitos já não pagam”, afirmou.
Serviços comprometidos – A ausência desses profissionais nas unidades de ensino, devido ao descaso das empresas e/ou do governo, compromete o funcionamento das escolas, pois são porteiros, zeladores, merendeiras e recepcionistas que deixam de ir ao trabalho.
Na prática, isso significa que as escolas podem ficar sem o controle de entrada-saída de alunos, sem a limpeza diária de todo espaço interno e externo, sem a merenda dos estudantes (perda de alimentos perecíveis), sem o trabalho de secretaria (procedência e trâmites de documentos oficiais, atendimento para alunos, auxílio técnico para professores e gestores).
Conforme o calendário da Secretaria de Educação, as aulas da rede estadual se iniciam na próxima segunda (9). Mas, com a paralisação, algumas escolas poderão adiar o início, segundo informações.
Redação CN