“Em se falando de problemática na Política Brasileira, Renato Janine, atual Ministro da Educação e Dr. Filosofia nos dá forte contribuição em seu artigo: ÉTICA E POLÍTICA NA MODERNIDADE, citando dois pontos de vistas com concepções diferentes:
“Morus acentua essa relação. Revê a política, mostra que a miséria e opressão vêm da propriedade gananciosa, fundamenta assim na má distribuição das riquezas a causa política dos males éticos.”, JANINE, Renato .
Mas, segundo Maquiavel “…os homens são maus”: esse é um dado inalterável. Deveríamos conhecer como são as pessoas, para agir adequadamente. Não adianta tentar mudar o modo de ser das pessoas.” JANINE, Renato.
Como Renato Janine analisa esses dois pontos de vistas? Ele comenta, -“…são duas grandes formas de conceberem o mundo humano.” Essa nódoa na política, segundo Morus, poderá ser a “…opressão vêm da propriedade gananciosa…”, entretanto, Maquiavel tem outra concepção em “os homens são maus”.
Podemos entender e contextualizar que o problema da política está em “o homem é fruto do meio em que vive”, levando em consideração Morus, as famílias são gananciosas e por isso os filhos aprendem o que lhes ensinam. Em contrapartida “a hereditariedade, predisposição ao mau” são índoles que causam o problema na política, segundo Maquiavel.
Melhor compreendendo, consideremos, também, que segundo Maquiavel o problema da política são “as emoções herdadas” da cultura e da genética de cada pessoa com predisposição ao mau. Todavia, segundo Morus, são “as emoções aprendidas” que a cultura promove influenciando o homem. Portanto, o sábio, analisa com cautela e sensatez e consegue visualizar a visão de mundo em que os autores estão inclusos, suas perspectiva de vida, aquilo que eles enxergam são reflexos do que eles aprenderam e como aprenderam. Ademais, Morus e Maquiavel eram elites daquela época, eles falavam daquilo que lhes convieram, seus pontos de vistas são elaborados, exatamente, por aquilo que eles aprenderam, ou seja, “herdados” ou “aprendidos”.
Até aqui poderíamos nos contentar em dizer, – pronto o problema é o que se aprende ou o que se transfere geneticamente! Mas, o que entendemos até aqui, -“…são duas grandes formas de conceberem o mundo humano”, como disse o Dr. Renato Janine. Claro que duas concepções lógicas e que se dão a razão e o luxo de focar, coerentemente, a problemática de se fazer política.
Vejamos que se nos colocarmos passivos aceitaremos as duas premissas de Morus e, também, de Maquiavel. No entanto, poderemos nos abrir pra outros horizontes. Quais? O do diálogo sobre o dilema. Como assim?
Se “herdamos” ou “aprendemos” – o problema da política poderia ser considerado uma fato público: há falta de diálogo, por haver dilemas. Sendo assim, aqueles problemáticos geneticamente por serem maus ou o outro grupo de problemáticos por aprenderem o que lhes ensinaram, orientamos que se não está dando certo que visualizem caminhos do diálogo, não um diálogo da queda de braço. O diálogo da negociação, do abrir mão de uma parte a fim de implementar o que se não pensou, para o melhor de todos os interesses. E não, somente, interesse de alguns em detrimento de outros.
Porém, ultimamente o povo brasileiro em passeatas às ruas de milhares a milhões estimulam o pensamento crítico de si mesmo como cidadãos que não exerceram sua cidadania em cobrar os seus direitos e se fazerem importante ao grito de “acorda e exerça a sua cidadania na política”. Esse grito expressa a insatisfação de um grande número de brasileiros não apáticos perante a atual realidade do comportamento da política brasileira.
Por fim, o problema da política poderá ser, também: – a falta de cidadãos participantes na política; – a ausência do pensamento crítico de si mesmo por não enxergar o caminho do diálogo ou, finalmente, – as tradições transferidas geneticamente que enrijecem os nervos promovendo os dilemas.”