O secretário do Partido Social Democrata – PSD de Valente, Ivanildo Araújo, 51 anos, disse ao Calila Noticias que errou ao tentar promover a união do grupo que estava no poder em 2012, organizando um evento na AABB no dia 8 de março daquele ano, pois estava claro que Ubaldino tinha um candidato preferido, porém não abria o jogo e só aceitou a candidatura de Zenóbio Cedraz na Convenção para dividir a derrota com Nenenzinho e por essa razão deveria ter se posicionado um ano antes da eleição.
Procurando não errar mais e tomando a eleição de 2012 como lição, o social democrata considera os modelos de fazer política do ex-prefeito Ubaldino Amaral e do atual prefeito Ismael Ferreira (PT) ultrapassado e tornou público sua posição em defesa da candidatura de Eduardo Cedraz (PSD) para prefeito em 2016, enfrentando assim o petista, de quem Cedraz é vice-prefeito, caso ele seja candidato à reeleição. Eduardo Cedraz é vice-prefeito pela segunda vez seguida e, segundo Ivanildo, vem participando ativamente da vida social do município, conversa bem, é paciente e solidário com todos, “porém, apesar de achar difícil, não descarto o surgimento de outro nome e, na minha opinião, a definição deve ser anunciada até o fim de 2015”, garantiu Araújo.
“Eu costumo dizer que política traz mais dissabor do que alegria, que a ingratidão é muito presente no ambiente e que nós cometemos mais erros do que acertos. É um eterno aprendizado”,disse.
Militante em várias campanhas eleitorais, Ivanilton Araújo, funcionário do Banco do Brasil há 36 anos, hoje ocupando o cargo de gerente de Serviços da agencia de Valente, sempre buscou conciliar a sua profissão com a atividade política. Casado, pai de três filhos, foi vereador por dois mandatos, candidato a vice-prefeito em 1996 e a prefeito em 2004, atualmente é 2° suplente de vereador em Valente, diz que continua sonhando com uma maneira diferente de fazer política, onde a seriedade e o respeito à democracia prevaleçam.
Para Ivanilton a maneira de fazer política em Valente está completamente ultrapassada, onde a barganha e a cooptação de lideranças têm prevalecido e só se fala em dinheiro e poder. “Para disputar eleições tem que ter dinheiro, senão não tem futuro, dizem. Se gasta uma fortuna para chegar lá e questiono a troco de que se investe tanto para ganhar uma eleição?”, externou o bancário.
Com tamanho investimento em campanhas eleitorais, ele ironizou dizendo que não era para fazer caridade e tão pouco trabalhar em defesa dos interesses coletivos e zelar pelo patrimônio público ou prestar serviços de qualidade na saúde, educação, segurança e acreditava que era para tirar do erário a quantia que foi gasta e algo mais. “Está na hora de dar um basta nisso e um cidadão humilde e honrado, não importa se é rico ou pobre, ocupar a cadeira de prefeito sem precisar vender a alma ao diabo. Quando falo de renovação quero dizer mudar a maneira de fazer política e não apenas trocar o velho pelo novo”, desabafou.
Ivanilton não sabe se concorrerá algum cargo na eleição de 2016, mas garante que isso não impede de exercer a atividade política. A última vez que ocupou um cargo público foi em 2004 quando encerrou o seu segundo mandato de vereador e depois disse perdeu uma eleição para prefeito e duas para vereador.
Lembrou com tristeza a eleição de 2004, quando, segundo ele, inventaram uma mentira nos últimos dias da campanha e divulgaram que havia me juntado com Ubaldino Amaral, desistido de ser candidato. “Bastou uma semana de mentira repetida pra que ela se tornasse verdade na cabeça de muita gente e isso me prejudica até hoje. Não é fácil lutar contra uma mentira bem arquitetada”, externou.
Naquela eleição, Ivanildo disse que conseguiu formar uma chapa competitiva, como candidato a prefeito, Reinaldo Ramos na vice e 12 candidatos a vereador. “Assustamos as forças políticas conservadoras, que cuidaram rapidamente para forçar Reinaldo a desistir de ser meu candidato a vice em menos de 30 dias após a convenção e colocamos Gervásio Mota na vice e fomos à luta, fizemos uma campanha muito bonita, com caminhadas que empolgavam bastante e enfrentamos duas máquinas, ou seja, a prefeitura tendo Ubaldino como candidato a prefeito e a APAEB com Ismael também candidato”, contou
Como resultado daquele pleito, a coligação conseguiu eleger dois vereadores de uma Câmara composta por nove “e sem querer ser pretensioso, acho que Valente perdeu uma grande oportunidade”, lamentou. Para Ivanilton em 2004 começou ali uma nova etapa na política de Valente a nossa terra e quatro anos após, 2008, apoiou um grupo político e o outro em 2012, numa demonstração que não faz política com mágoas nem ressentimentos, mas, “tanto um quanto o outro, praticam a velha política do toma lá dá cá, da cooptação, da falta de transparência e favorecimento dos parentes”, desabafou mais uma vez o bancário.
Continuando a conversar com o CN, falou que não se trata de soberba, mas exerce a atividade política porque gosta e não por necessidade, muito embora respeite quem sobreviva dela, contanto que a pratique com dignidade. Deixando perceber que poderá ser candidato a algum cargo eletivo, Ivanilton Araújo disse que se o povo quiser, ainda pode colaborar enormemente com a política de Valente, caso contrário vai tocar a vida até quando Deus permitir e colaborar sem disputar nem ocupar cargo público.
Tendo apoiado Ubaldino Amaral em 2008 e Ismael Ferreira em 2012, ele explicou cada situação: “Ubaldino já deu sua colaboração por Valente e Ismael está tentando dar. Nada pessoal, mas não é possível mais acompanhar nenhum dos dois. O modelo de administração é muito semelhante, tendo Ubaldino formado uma melhor equipe e desenvolvido uma gestão com muitas falhas, porém com alguns acertos e já se passaram mais de dois anos e Ismael ainda não formou uma equipe, executa os projetos remanescentes da administração anterior dizendo que são dele e promove uma desordem total nas finanças da prefeitura”, afirmou.
Ivanilton denunciou também a gestão atual, que segundo ele, não gerou os empregos que tanto pregou e, pelo contrário, houve desemprego. Falou que na propaganda, parece que vivemos em outro município e a administração é um sucesso, porém na vida real Valente está sofrendo com a incompetência do atual prefeito e a falta de aptidão do mesmo para o cargo.
Para Ivanilton, a Câmara de Vereadores precisa cumprir o seu papel fiscalizador para dar um basta numa possível orgia que está acontecendo com o recurso público e defendeu a união de todos aqueles que não concordam com a realidade atual e busca uma nova alternativa pra Valente.
Ele disse também que foge das suas responsabilidades e sabe reconhecer os erros ao ser questionado sobre a participação na campanha de 2012, quando ajudou Ismael Ferreira. “Fui um crítico contundente do atual prefeito quando ele era o administrador da Apaeb e todo mundo sabe o que aconteceu com a associação, mas, ninguém faz política sozinho. Em muitas e longas conversas com Dr. Gelson e Eduardo, seguidas de tantas outras com mais algumas lideranças políticas, chegamos à conclusão que devíamos dar uma oportunidade Ismael, acreditando que ele tinha tudo para fazer diferente e contribuir com o progresso de Valente e deu tudo errado. Estamos vivendo um retrocesso”, falou arrependido.
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“Eu diria que fui um zagueiro que fiz um gol contra tentando defender o meu time (Valente) e tenho que correr atrás do prejuízo para tentar fazer pelo menos mais dois gols a favor e virar o jogo. Não vamos desistir”, garantiu.
Muito amigo do médico Gelson Carneiro e do vice-prefeito Eduardo Cedraz, Ivanilton não quer falar sobre as opiniões dos correligionário, mas, acredita que qualquer liderança política de Valente, independentemente de ter apoiado ou não o atual prefeito, comprometida com os interesses coletivos da comunidade e que não tenha conveniências pessoais, está decepcionada e jamais terá argumentos para convencer quem quer que seja, de que de agora em diante ou a partir de um segundo mandato, as coisas vão melhorar e esse cidadão vai se tornar competente e apto.
Redação CN * fotos: arquivo de Raimundo Mascarenhas