Depois de ter realizado o aprimoramento das violinhas construídas com a flecha do sisal, com o apoio do luthier paulista Fernando Sardo, os integrantes do projeto “O Som do Sisal” desenvolveram oficinas de construção de instrumentos e aulas de música nas cidades de Coité, Valente e Santaluz. Cerca de 40 jovens participam das atividades e apresentarão os resultados musicais das oficinas nos palcos.
Além das atividades de prática musical com crianças, adolescentes e jovens do território do sisal, foi realizado um levantamento de músicas e entoadas que retratam a vida difícil no campo. Foram entrevistados artistas da cultura popular que viveram experiências diretas de trabalho com a planta que é símbolo da região. Músicos como Geraldo Grande do grupo de reisado da Cabaceiras os repentistas Miudinho e Passarinho, além do “Véio do Forrobodó”, cantador de forró pé de serra que, assim como os demais, trabalhou na colheita da fibra e hoje, através da música, cantam sua história e suas raízes.
De acordo com o maestro Josevaldo Nim, o objetivo do projeto “O SOM DO SISAL” é, com essas ações, promover o intercâmbio cultural no Território do Sisal numa proposta criativa e inovadora, que engloba as esferas cultural, socioeconômica e da sustentabilidade. A ideia é justamente criar a possibilidade do reaproveitamento dos resíduos da cadeia produtiva do Sisal, como é o caso da flecha que se transformou em violas, cavaquinho, rabecas.
Para concluir essa interessante e inovadora experiência, a comunidade dos três municípios contemplados por estarem entre os maiores produtores de sisal, poderão participar nos próximos dias em Coité, Valente e Santaluz, de um imperdível concerto musical com os jovens músicos participantes das oficinas, na companhia da Orquestra Santo Antônio.
A primeira cidade a receber o espetáculo será Valente, no dia 20 de maio, quarta-feira, no auditório da Casa Brasil, às 20h. Na quinta-feira, dia 21 de maio, a apresentação acontecerá no teatro Santo Antônio, em Conceição do Coité, também as 20h. O último espetáculo acontece na praça do povoado de Serra Branca, em Santaluz, no dia 26 de maio, terça-feira. Todas as apresentações terão entradas gratuitas.
Serão momentos marcantes, cheios de sentimentos e expressões das características e qualidades de um povo lutador, valorizando a identidade do território do sisal. Como disse Euclides da Cunha: “No sertão tem de tudo, se faltar a gente inventa”.
Este projeto foi aprovado no edital 22/2014 – Territórios Culturais, e tem o apoio financeiro do Fundo de Cultura da Bahia, Secretaria da Fazenda e Cultura, Secretaria de Cultura, Governo do Estado.
Assista abaixo o vídeo com a violinha do sisal e acesse a página do projeto neste link: https://www.facebook.com/orquestrasantoantonio?fref=ts
Redação CN * informações ASCOM – Orquestra Santo Antônio – OSA