O governador Rui Costa recebeu representantes do Movimento Grito da Terra na tarde de quinta-feira (21), na Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, onde foram acordados os primeiros pontos da pauta de reivindicações dos agricultores familiares.
De acordo com o secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes, o governo vai se empenhar para proporcionar resultados. “O que importa para eles é que a assistência chegue a cada um dos agricultores e eles possam aumentar a produção e a produtividade”.
Josias Gomes avaliou que “a pauta foi uma das mais bem discutidas e bem elaboradas dos movimentos sociais”. Segundo ele, a reunião foi de uma relação de companheirismo, e os agricultores já saíram com a certeza da atenção para alguns gargalos, como o apoio a ações para a permanência dos jovens no campo. “Outro destaque é a dinamização do processo de regularização fundiária. Nós nos comprometemos para fazer todos os esforços possíveis para o atendimento deste ponto”.
O presidente da Federação dos Agricultores do Estado da Bahia (Fetag), Cláudio Bastos, disse que a reunião foi produtiva. “Nosso grito foi vitorioso, reunimos mais de três mil agricultores familiares de toda a Bahia e reforçamos alguns pontos fortes para 2015”. Um dos destaques, segundo ele, é a assistência técnica. “O governador assegurou que esse ponto terá atenção especial do governo”.
Grito da Terra Bahia é promovido pela FETAG
Como acontece em todo ano, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no estado da Bahia (Fetag-BA) promove o Grito da Terra Bahia, sempre no Centro Administrativo da Bahia – CAB, em Salvador, onde reuni agricultores de todas a regiões do Estado.
As atividades inciaram ainda cedo com a chegada das caravanas e se concentraram em frente a Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda – SETRE onde foi servido um café coletivo, em seguida a diretoria da FETAG sob a liderança do presidente Cláudio Bastos fez abertura dos trabalhos.
O presidente do Sindicato dos Trabalgadores Rurais de Eunápolis e secretário de Política Agraria da FETAG Ailton Queiroz Lisboa, em seu discurso pediu que as pessoas não desanimem e continuem indo para a ruas lutar pelos seus direitos, segudo ele, o Brasil está muito melhor hoje em dia, já não se morre de fome nem de frio, “e por essa razão nos acomodamos e como se todo problema tivesse sido resolvido, mas falta muito ainda, e se a gente (trabalhador) não for pra ruas, ninguém vai gritar pela nossa classe não”, alertou.
Para Tico como é conhecido o sindicalista, entre tantos assuntos em pauta neste grito da terra o que ele considera fundamental e se tiver de escolher um item para ser colocado em pratica seria a continuidade de desapropriação de terra pelo Governo Federal, “porque se não desapropriar você vai aumentando o número de trabalhador rural debaixo de barraca de lona e a consequência disso é o agravamento de conflito do trabalhador sem terra e o latifúndio.Acho que esse é o principal ponto de discussão, sem falar na burocracia que é o Programa Complementar da Reforma Agraria (PNCF) que é o Programa de Credito Fundiário”, concluiu Tico.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria – INCRA principal órgão do setor agrário no Brasil não pode ficar de fora dessas discussões, foi convidado o superintendente Luiz Gujé, mas não pode estar presente devido a o mesmo evento está acontecendo em Brasilia simultaneamente com o Grito da Terra Brasil, no entanto foi representado pelo chefe de Desenvolvimento do INCRA Carlos Borges.
Carlos garantiu que o órgão não está omisso aos solicitações dos trabalhadores, segundo ele, a pauta não é nada de novidade, e que já vem trabalhando tudo isso que está sendo apresentado, “não é só o grito hoje, é um trabalho constante e o INCRA não fica omisso as revindicações.
Após os discursos na SETRE os trabalhadores percorreram cerca de 300 metros até a Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR para entregar a pauta ao secretário Jerônimo Rodrigues, na oportunidade, foram recebidos pelo superintende da CAR Wilson Dias, órgão vinculado a SDR.
O secretário do Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues, destacou que a Bahia é o estado com a maior população rural do País e que é do campo que vem o alimento para a mesa de todos. “Não vamos abrir mão de qualificar as formas de melhorar a condição de vida no campo. Devemos valorizar o homem e a mulher do campo e lutar pela melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, juventude, povos tradicionais, mulheres e idosos”.
Após o ato na SDR foi servido um almoço coletivo para todos os trabalhadores e trabalhadoras rurais.
Grito da Terra: Rui Costa não atende trabalhadores que deixam Governadoria revoltados