Com uma população estimada em 36.690 habitantes em 2014, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Santaluz é de clima predominantemente semi árido, com chuvas mal distribuídas, vegetação de caatinga e recorrência dos fenômenos das secas. Por causa das limitações climáticas e dificuldades de acesso a terra, a exploração de pedras torna-se a base de sustentação econômica mais expressiva, fazendo com que trabalhadores rurais a utilizem como segunda alternativa de geração de renda e muitas vezes a principal.
O vereador Adão Dias do Carmo (PCdoB), mais conhecido por Danda, tem como principal base eleitoral as comunidades onde estão localizadas as pedreiras do município e vendo a necessidade de melhorar a renda e qualificar os trabalhadores, ele foi a Brasília recentemente, acompanhado do empresário Márcio Oliveira, para solicitar do deputado federal Mário Negromonte Júnior (PP) a interferência junto ao governo federal para aquisição de um compressor. Segundo Danda, atualmente os canteiros, como são chamados os trabalhadores das pedreiras pagam R$ 70 por metro furado e vende o milheiro das pedras por R$ 220.
“Se eles furarem dois metros por semana, vão sobrar apenas R$ 80 para esses trabalhadores”, disse o comunista. Ele falou que voltou de Brasília esperançoso diante da preocupação do deputado que imediatamente acionou a CBPM.
O vereador disse ainda que 700 famílias sobrevivem das pedras nas comunidades Serra do Lajedo, Assentamento de Vargem Funda e entorno.
Gerivaldo Pereira Dias, um dos trabalhadores das pedras, desabafou diante do CN externando a necessidade do compressor e as dificuldades para aquisição dos explosivos. Ele falou também sobre os “vales”, uma espécie de moeda quando não tem dinheiro. “Quem compra as pedras, nos dar um pedaço de papel com valor especificado e a gente vai fazer feira no mercado. Segundo ele, a grande maioria recebe o pagamento pelo trabalho através de vales que são trocados por alimentos. “Tal pagamento é feito por empresários que repassam as pedras para outros municípios. “Me levanto às 5 horas da manhã e vou trabalhar até 6 horas da tarde”, falou afirmou Dias.
O empresário Márcio Oliveira,conhecido popularmente por Marcinho da CLN falou ao CN que fez questão de acompanhar o vereador a Brasília por conhecer a luta dos canteiros, a necessidade de produzir mais e com segurança e entender que o deputado Mário Júnior tem responsabilidade com o município, pois recebeu 2.545 votos na eleição de 2014, correspondente a 12.49% dos votos válidos.
“Chegamos a Brasília em um dia de sessão, Mário Júnior nos recebeu no gabinete e depois estivemos próximo do plenário onde conversamos com outras parlamentares, apresentado por ele, sobre o assunto”, contou Marcinho.
O empresário aproveitou o CN para fazer um apelo aos prefeitos dos territórios do sisal e Jacuípe que comprem os paralelepípedos em Santaluz, pela qualidade, facilidade de transporte e desta foram contribuir com o desenvolvimento da região. “Quando prefeito de Santaluz, Júnior do Max deu este exemplo e nos momentos de crise, chegava junto dos trabalhadores e agora Jorge Andrade de Monte Santo. Recentemente a Prefeitura de Monte Santo inaugurou 4.500 de calçamentos em um povoado e todas as pedras foram compradas em Santaluz. Peço que estes exemplos sejam seguidos”, apelou.
Para Marcinho, os canteiros são verdadeiros heróis, pois as pedras são cortadas à mão, a base de marreta e cinzel “Não se usa nada de fita ou disco de diamantes por serem muito caros”, concluiu Oliveira.
Redação CN