O vereador Jorge Antonio Martins da Silva (PTB) voltou esperançoso de uma viagem que fez a Brasília recententemente, onde se reuniu com Sérgio Augusto Dâmaso de Souza, diretor geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Acompanhado do vereador Adão Dias do Carmo (PCdoB), conhecido por Danda e do empresário Márcio Oliveira, conhecido por Marcinho do CLN, o objetivo da audiência foi solicitar a legalização e cessão de 50 hectares para a Cooperativa Mista e de Mineração da Região Sisaleira COOMIRES e Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Itapicuru COOPEGAVI nas áreas denominadas Serra Branca, Mansinha e Dois Irmãos, acabando também com um conflito agrário, pois a área estar ocupada pelo MST a mais de dez anos.
Jorge Martins solicitou também a área denominada de M3, onde existe um grande número de garimpeiros e a cessão de 50 hc contemplará muitas famílias e, garante o vereador, que a Yamana Gold não se opõe. Estas áreas seriam divida entre as duas cooperativas.
O vereador destacou o esforço do empresário Márcio Oliveira na concretização destas reivindicações e agilizar esta viagem a Brasília. “Marcinho, em conversa conosco tem demonstrado muita preocupação com a legalização dos garimpos e com a geração de emprego e renda”, falou Martins.
Atualmente existem aproximadamente 4 mil garimpeiros na região que trabalham na clandestinidade.
Toda essa movimentação dos garimpeiros começou em 1996 com o fechamento das unidades de exploração mineral Vale do Rio Doce e Rio Salitre, administrada pelo governo do estado através CBMP, Rio Salitre. Com a falta de emprego, homens e mulheres migraram do sisal e da agricultura familiar para o ouro. Em 2011 com a chegada da Yamana Gold com o projeto C 1 a situação se complicou aumentando a fiscalização na região cominando com uma ação da Polícia Federal em novembro de 2013 na área da Serra Branca
O vereador lembrou que houve uma audiência publica na Câmara de vereadores de Santaluz em 2013 com representantes da DNPM e aconteceu avanços significantes, inclusive com cessão de 100 hc para as duas cooperativas nas áreas de Baixinha I e II, ente os municípios de Cansanção e Nordestina, ficando o compromisso de resolver a situação de Serra Branca.
O empresário Márcio Oliveira falou ao CN que não pode ficar fora desta luta que tem um caráter social e vai facilitar as pessoas trabalharem de forma legalizada, o município vai arrecadar mais, permitindo o executivo fazer mais pela população e consequentemente gerar emprego e renda, melhorando o comércio e a circulação de dinheiro. Na opinião do empresário, todos devem se envolver nesta luta, afinal é o empenho de todos para acabar com a clandestinidade e 4 mil pessoas trabalharem sem medo.
Oliveira falou que outros empresários do município, a exemplo de Joselito Araújo Júnior, “Júnior do Max”, também esta apoiando este movimento e todos vão sair ganhando, principalmente por que vai contribuir com o desenvolvimento do município. “O comércio foi muito afetado com fechamento dos garimpos, inclusive com desemprego e não é possível ver essa realidade, quieto”, falou.
Márcio também destacou o empenho do deputado federal João Carlos Bacelar (PR) que disponibilizou a estrutura do gabinete para facilitar os trabalhos em Brasília, inclusive colocando os assessores para acompanhar a comissão ao DNPM.
O comerciante José Raimundo Santos tem uma panificadora e lanchonete situada na saída para Serra Branca, ou seja, local de ponto para transporte dos garimpeiros e foi muito afetado com o fechamento dos garimpos. “Antes do fechamento nós vendíamos 4.500 pães por dia e hoje não chega 800”, lamenta.
Reginaldo Reis dos Santos, 39 anos, garimpeiro de Serra Branca, falou ao CN que a legalização da área é a principal reivindicação e concorda com Marcinho quando diz que a luta é para as pessoas trabalhar sem medo.
“Queremos produzir, ganhar o nosso sustento e da nossa família”, falou Regi, como é conhecido.
Ednei da Silva Oliveira, militante do MST e residente no Assentamento Nova Vida, tem acompanhado os acampados da Fazenda Careta, área de garimpo, disse que busca a legalidade para trabalhar em paz.
Vereadores pedem apoio da Prefeitura – Os vereadores assinaram um documento que foi encaminhado ao prefeito Zenon Nunes (PSD) solicitando o apoio administrativo e financeiro para legalizar as áreas já devidamente requeridas pelas Cooperativas Coomires e Coopegavi.
Redação CN * fotos: Raimundo Mascarenhas e arquivo pessoal
21 de novembro de 2013 – Polícia Federal realiza operação contra garimpo ilegal no limite territorial Santaluz/Cansanção
23 de setembro de 2014 – Santaluz – Vereador garante que liberação de áreas para garimpeiros vai voltar a gerar renda para região
25 de novembro de 2013 – COOPEGAVI reúne garimpeiros em Campo Grande – Araci e diz que o caminho é a regulamentação para tentar voltar o trabalho