Não há confirmação precisa do número de pessoas presente na Praça do Mercado na noite de domingo e madrugada desta segunda-feira, 06, mas a organização garante passar de 25 mil pessoas, pois um “L” foi formado desde a agencia da Caixa Econômica até o largo do mercado conforme pode ser visto nas fotografias, e o melhor, sem nenhuma violência.
A festa foi aberta pela anfitriã Banda Batukuerê, estava previsto para tocar depois de Edson Gomes, mas com um pequeno atraso do mestre do reggae baiano, Marquinhos comandou a festa ao lado do guitarrista Valdir Carvalho e com repertório diversificado levou muita animação a Praça com músicas que marcaram o início da banda quando se “Astral”.
Logo em seguida subiu ao palco Edson Gomes, o maior nome do reggae da Bahia. Autor de grandes sucessos, o musico foi ovacionado pelo público presente que vibrava ao solo inicial de cada música. Edson relembrou músicas do início de sua carreira que são solicitadas nos shows até os dias atuais, a exemplo de Samarina e Malandrinha do seu primeiro LP.
Em 1990, lança recôncavo e dois anos depois o 3º LP, Campo de Batalha. O sucesso se espalha pelo nordeste e pelo Brasil. Edson é requisitado para shows em Alagoas, Sergipe, Maranhão, Bahia para plateias de 5.000 pessoas. Em 1996, ele abre o show de Alphablondy em Salvador no Costa Verde Tênis Clube, onde tocou para quase 22.000 pessoas que cantaram suas músicas. Foi o maior evento de Reggae do ano na Bahia. Resgate Fatal chega em 1995, também em CD. O disco, sucesso absoluto de vendas e nas rádios com a faixa Isaac. A EMI resgata os sucessos antigos do artista e em sua série “Meus Momentos” (volume 1 e 2) de grande aceitação pelo público. Não há como negar, as músicas de Edson Gomes são inspiradas nos dramas sociais do cotidiano , daí sua conotação política, que encontra eco em movimentos culturais, sindicais e estudantis.
O álbum “Apocalipse” não foge à regra. Traz músicas contundentes como Camelô (Edson Gomes / Zé Paulo Oliveira), O pais é o culpado e Apocalipse (também do autor), mas surpresa ;e que desta vez Edson Gomes explora o seu lado romântico em canções com Perdido de Amor (Edson Gomes), Amor sem compromisso, Me abrace e outras. Conheça a vasta obra deste legítimo reggaeman brasileiro.
Biografia
Nascido em Cachoeira de São Felix, Bahia a 120 km de Salvador, em 3 de julho de 1955, Edson Gomes no ardor da adolescência, pensou em ser um craque de futebol. Aos 16 anos, porém a tendência musical foi mais forte e ele abraçou a carreira artística, ao ganhar o 1o lugar num festival estudantil do colégio estadual de sua cidade natal. A música era “Todos devem carregar sua cruz”. As dificuldades do início fazem o jovem abandonar os estudos e lançar-se no mercado de trabalho. E se emprega no setor de construção civil e paralelamente tece seu caminho musical: grava um compacto simples como melhor interprete do Festival Canta Bahia, e um outro pelo trofel Caymmi, quando ganhou com a música Rasta.
Em 1982 Edson parte para São Paulo e encontra sua veia musical no Reggae de Jimmy Cliff e Bob Marley. Dedica-se com afinco à vida artística, e em 1988 grava o seu 1o LP pela EMI: Reggae Resistência, de onde saem Samarina, sucesso absoluto em Salvador, e Malandrinha que o tornou conhecido na mídia.
Após a apresentação de Edson Gomes a festa prosseguiu com show de Eugênio Brasil e Chaonda. Nesta segunda, véspera do feriado municipal haverá show com Givaldo José, Frank e Alex (21h), Nanachica (22h30), Aviões do Forró (0h) e Hot Sound.
A festa é em comemoração aos 82 anos de emancipação política do município e tem o patrocínio da Prefeitura. (Aguarde álbum de fotos no fim da festa).
Redação CN e surforeggae.com – Fotos: Raimundo Mascarenhas