O Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza do Estado da Bahia – SINDILIMP promoveu na manhã deste sábado,18, no Espaço Bola Show em Conceição do Coité, um encontro com terceirizados da educação dos territórios do sisal e jacuípe, onde contou com a presença da Diretoria e corpo jurídico do SINDILIMP e representantes de uma das empresas responsáveis pelo repasse dos salários.
O encontro foi bastante produtivo segundo a coordenação, pois o Sindicato ainda não possui representação na região do sisal, mas sabe da necessidade de um apoio aos funcionários terceirizados da região e esteve em Coité a convite de Carla Santos Lima, uma das funcionárias prejudicadas pela falta de pagamento e deixa a cidade com o propósito de estar mais presente apoiando os trabalhadores.
Um dos momentos mais esperado pelo público presente foi o discurso de Ricardo Carmo gerente da empresa BASETEC que assumiu o lugar da CeC e ainda não pagou nenhum salário a quase dois meses.O gerente atendeu ao convite do Sindicato e garantiu o pagamento já nesta semana a partir de terça-feira,21. Em entrevista ao Calila Noticias ele disse que pagaria os lotes de 13 dias do mês de maio e provavelmente todo mês de junho, e, posterior a isso na medida que a SEC (Secretaria de Educação do Estado ) for repassando pra gente, a BASETEC vai repassado para normalizar a situação com o trabalhador”, garantiu Ricardo.
Outro ponto destacado pelo empresário foi a questão dos contratos, segundo ele, todos os 12 contratos que a BASETEC tem com o estado já estão assinados,” a única coisa que teve foi que, saiu de DIREC pra NRE, isso gerou um impasse e travou um pouco a questão das faturas, mas isto sexta-feira agora (17 de julho) até às 19h estávamos reunidos para poder resolver, e segunda ou terça-feira provavelmente estaremos resolvendo as faturas e em seguida realizar o pagamento e deixar tudo em dia com a BASETEC”, reforçou Ricardo.
Pelo que foi dito, os problemas de atraso no salário para o terceirizados estão chegando ao fim, segundo o gerente a BASETEC tem outros contratos com o estado e uma referencia da empresa é manter os proventos em dia, e com isso tem o nome a zelar com os outros contatos e agora com a SEC.
Na condição de líder sindical a presidente do SINDILIMP, Ana Rabelo mesmo com a promessa do gerente afirmou que vai ser mantida a paralisação até que o trabalhador certifique o dinheiro na conta. A presidente atribuiu esse transtorno de falta de pagamento ao estado, segundo ela, as empresas não têm condições de assumir os contratos e no fim só quem se prejudica é o trabalhador terceirizado.” muitas categorias fazem paralisações para melhoria na condição de trabalho, ou por plano de cargo e salário a exemplo dos professores, e a gente faz para receber o nosso salário, pra gente é mais doloroso.Nós sofremos no governo Wagner e continuamos sofrendo no governo de Rui também, pois coloca empresa, muda empresa e a situação é a mesma, ou seja, sem melhora”, afirmou a presidente.
No que chama de ‘jogo de empurra’ quando se ouve dizer que o estado pagou e a empresa não repassou ou vice versa, Ana falou com convicção que o problema tem sido sempre do governo por não fazer o repasse e garantiu que isso não ocorre apenas no setor de educação. Citou o exemplo da paralisação dos funcionários vinculados a Secretaria de Segurança Publica – SSP, cuja empresa segundo ela, estava a seis meses sem receber.
Ameaças por paralisar
A funcionaria terceirizada Carla Santos Lima resolveu encabeçar a luta na região e tem sido referencia na informação e articulação. Através dela o SINDILIMP chegou a Coité e conheceu de perto a situação, mas afirma receber ameaças por isso. Segundo ela, precisa do trabalho, mas precisa também receber pela prestação do serviço, ” eu não participo apenas pensando em mim, moro com meus pais e se não tiver o emprego eu passo, mas o que me dói é quando pessoas se dirigem a mim dizendo que não têm o dinheiro para comprar o gás, o pão e o leite, ou sua casa teve corte na água ou luz, isso me comove e faz eu lutar mais por eles e acabo até esquecendo de mim de uma possível retaliação”, afirmou Carla.
Ao ouvir o relato de Carla, Ana Rabelo disse que também passa por ameaças, por ser mulher, ela disse ter trabalhado numa empresa terceirizada que atendia ao zoológico, “eu tinha esse mesmo perfil de Carla,mas a sensibilidade dela de que a dor do outro incomoda ela, isso é virtude de ser humano, é raro e muito bom sabe que tem pessoas com esse lado social como se olhasse pra si” concluiu.
Ana disse que na próxima segunda feira estará dando uma posição de pagamento da empresa Sandes, pois na reunião havia muita gente ansiosa quanto ao pagamento.
Vereador por Salvador Luiz Carlos Suica também dirigente sindical lotado no SINDILIMP esteve no encontro disse que o governo precisa ouvir os trabalhadores, ouvir o sindicato, e o que considera mais grave são as ameaças, aos trabalhadores e trabalhadoras por parte das diretoras, ” ouvimos relatos aqui de trabalhadores que mesmo com os salários atrasados e outros benefícios eles não podem parar, enquanto professor e servidor da saúde podem fazer greve. Eu acho que o estado precisa valorizar essa mão de obra, pois é a que faz a maquina pública funcionar. Então não vamos aceitar qualquer tipo de retaliação contra o trabalhador porque se preciso for fecharemos as direcs e fecharemos as escolas do estado, afirmou o líder sindical.
Redação CN * Fotos: Raimundo Mascarenhas