Um de cada três municípios da Bahia não tem um delegado de Polícia Civil atuando nas atividades de investigação criminal. No total, 160 cidades baianas estão sem estes profissionais, o que representa cerca de 38% do total de municípios no estado (417).
A informação é do secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, que expôs os dados, na última quinta-feira, 16, durante o seminário Os Municípios e o Seu Papel na Segurança Pública, realizado no auditório da União dos Municípios da Bahia (UPB), no Centro Administrativo da Bahia (CAB). “É uma realidade muito ruim.
A investigação faz parte de um processo de redução dos índices criminais, mas essa é uma realidade que nos assola há alguns anos”, disse Barbosa, durante apresentação sobre a segurança pública no estado, aos cerca de 40 prefeitos que participaram do evento.
O problema, ressaltou o secretário, será resolvido parcialmente com a nomeação dos cerca de 900 profissionais, entre delegados, investigadores e escrivães, que vão iniciar, em agosto, o curso de formação. Deste total, cerca de 100 são delegados. Segundo ele, o estado está fazendo uma reengenharia para definir as cidades às quais os profissionais serão encaminhados. “Há cidades que estão próximas uma da outra. Vamos tentar, pelo menos, fazer com que a presença dos policiais civis esteja de 20 km a 30 km de uma cidade a outra. A reengenharia Já está sendo feito junto com a inteligência”, revelou.
Barbosa ainda contou que concursos para escrivães e investigadores, em 1997, e para delegado, em 2000, foram judicializados, o que dificultou a realização de novos processos seletivos. “O concurso foi tão malfeito que tivemos uma série de demandas judiciais, que nos impediam de realizar novos concursos”, afirmou ele, ressaltando que serão formados também cerca de 160 peritos técnicos. Após esse processo, o último concurso foi realizado em 2012.
Gongogi, no sul da Bahia, é um dos locais que não possuem delegado. O profissional que atende na cidade é o de Itacaré (a 78 km de Gongogi). Esta situação se repete em outros municípios. “Ele comparece uma vez por semana para atender as ocorrências. Também não há investigador, e o escrivão é profissional da prefeitura”, contou o prefeito Altamirano de Jesus Santos, conhecido na cidade como Sapão.
A Tarde