O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta quinta-feira (20), no Supremo Tribunal Federal (STF) o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador pelo estado de Alagoas, Fernando Collor (PTB) por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, investigados pela Operação Lava Jato.
Janot pede a condenação dos acusados pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, os dois receberam propina de contratos entre a Petrobras e a estatal. Cunha foi acusado de receber US$ 5 milhões, entre junho de 2006 e outubro de 2012, para viabilizar a contratação de dois navios-sonda da empresa Samsung Heavy Industry para a Petrobras.
A empresa contratada teria pago US$ 40 milhões para o ex-consultor Júlio Camargo, um dos intermediários da propina recebida pelo esquema, que fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
O senador Fernando Collor está sendo acusado de receber, entre 2010 e 2014, R$ 26 milhões como pagamento de propina por contratos firmados na BR Distribuidora. Ainda segundo as investigações, parte desse dinheiro teria sido usado pelo ex-presidente para a compra de carros de luxo em nome de empresas de fachada.
Ambos os acusados negam envolvimentos nos escândalos de corrupção. Além de Cunha e Collor, também foram alvos de denúncia de Janot a ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), atualmente prefeita da cidade de Rio Bonito (RJ), Pedro Paulo Leoni Ramos, ministro do governo Collor, e outras três pessoas ligadas ao senador.
Caso o STF aceite as denúncias, Eduardo Cunha será julgado pelo plenário do tribunal, composto por 11 ministros, por ser presidente da Câmara. O julgamento de Collor, por sua vez, ficaria a cargo da Segunda Turma do Supremo, composta por cinco ministros, dentre eles Teori Zavascki, relator dos inquéritos da Lava Jato referentes a autoridades com foro privilegiado.
Correio24H