O ex-ministro José Dirceu foi preso pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (3). Ele é alvo de prisão preventiva decretada durante a 17ª fase da Operação Lava Jato. Além do ex-ministro, foram presos o irmão dele Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e mais três pessoas.
Dirceu, que estava em Brasília no momento da prisão, está sendo investigado pelo suposto recebimento de propinas disfarçadas como serviços do consultorias, contratados através da sua empresa JD Assessoria, que foi desativada.
Dirceu cumpria prisão domiciliar após ser condenado no processo do Mensalão. A PF cumpre desde Às 6h de hoje 40 mandados judiciais durante a 17ª fase da Lava Jato, intitulada de Operaçã Pixuleco. Ao todo são 3 mandados de prisões preventivas, 5 de prisão temporária, 26 mandados de busca e apreensão e 6 de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento para a polícia.
A prisão preventiva é quando a pessoa investigada fica presa à disposição da Justiça, sem prazo pré-determinado para liberação. Dirceu será levado com os outros suspeitos presos durante esta nova operação para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
A empresa do ex-ministro, a JD Assessoria e Consultoria, foi incluída em um grupo de 31 empresas “suspeitas de promoverem operações de lavagem de dinheiro” nos contratos das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A construção da refinaria, que começou em 2007, estava prevista para custar R$ 4 bilhões, mas acabou consumindo mais de R$ 23 bilhões da Petrobras.
Segundo o jornal Estadão, uma série de perícias técnicos da Polícia Federal apontam que houve um desvia de até 20% no valor de contratos da Petrobras. O percentual é muito superior aos 3% apontados até então durante as investigações da Operação Lava Jato.
Advogados entraram com habeas corpus contra prisão em julho
Em julho, os advogados de Dirceu entraram com um habeas corpus preventivo para que o ex-ministro da Casa Civil não fosse preso na Operação Lava Jato. A petição foi apresentada ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região no dia 2 de julho, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Segundo o jornal ‘O Globo’, a assessoria de José Dirceu confirmou a informação e alegou que o petista está na “iminência de sofrer constrangimento ilegal”. O advogado Roberto Podval, responsável pela defesa do ex-ministro, quer que o tribunal conceda “ordem de habeas corpus, evitando-se o constrangimento ilegal e reconhecendo o direito do paciente de permanecer em liberdade”.
Na petição, de mais de 40 páginas, os advogados alegam que o ex-ministro colaborou com informações nas investigações e que sempre esteve à disposiçãopara prestar depoimento. Além disso, o ex-ministro não apresenta risco de fuga porque cumpre prisão domiciliar em Brasília devido à condenação por seu envolvimento no mensalão.
Em entrevista para o jornal ‘O Globo’, Roberto Podval criticou a forma de atuação da força tarefa da Operação Lava-Jato. “A gente está vivendo um momento muito preocupante no país. O preço de se fazer Justiça não pode ser esse. É importante acabar ou diminuir com a corrupção. Agora, para fazer Justiça é preciso ter tranquilidade. Ninguém faz Justiça com açodamento”, disse o advogado de Dirceu.
Correio24H