O aumento do fluxo de veículo, de acidentes e de assaltos na BR-116, uma das principais rodovias federais que cortam a Bahia, levou o Ministério Público Federal (MPF) a ajuizar ação civil contra a União pedindo instalação de um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no povoado de Bendengó, no município de Canudos. A ação foi proposta na semana passada, mas a informação só foi divulgada pela assessoria de comunicação do órgão nesta segunda-feira (24).
O órgão afirma que o trecho conhecido como BR-116 Norte não possui nenhum posto policial e que, em setembro do ano passado, já havia expedido recomendação para que a PRF instalasse com urgência uma unidade de fiscalização na região.
Conforme a ação, o procedimento administrativo para análise e instação da unidade de Bendengó tramita desde 2009, mas nunca saiu do papel. Segundo o MPF, o ponto para a instalação do posto foi sugerido, inclusive, por próprio estudo da PRF, por ser um elo entre sete municípios baianos, podendo cobrir cerca de 400 km que hoje estão sem presença da polícia. O MPF requer que o procedimento administrativo para a execução da obra de instalação do posto seja concluído.
De acordo com o MPF, o aumento no fluxo de veículos no trecho se deve à construção da Ponte do Ibó, erguida sobre o Rio São Francisco, que liga os munícípios de Belém do São Francisco (PE) a Abaré (BA). A ponte foi inaugurada em 2008.
O MPF diz que o volume diário médio dessa rodovia nesse determinado trecho aumentou em aproximadamente 124,14%, passando de 2,9 mil para 6,5 mil veículos. O local, segundo o órgão, se tornou a principal artéria utilizada pelos transportadores de carga que trafegam entre o Nordeste e o Sudeste e Sul do país.
Segundo o MPF, a pouca presença policial contribuiu para o aumento do número de acidentes e facilita a ação de quadrilhas organizadas, principalmente de roubos a bancos e tráfico de drogas e animais.
No inquérito civil instaurado, consta que os postos de Feira de Santana, Ribeira do Pombal e Paulo Afonso são os que atualmente atendem essas ocorrências, mas o órgão ressalta que todos eles ficam localizados a mais de 200 km do trecho.
O MPF pede que sejam adotadas medidas emergenciais para reduzir os riscos da ausência de cobertura policial no trecho. Para isso, requer a contratação de 16 policiais e que sejam disponibilizadas duas viaturas para atuar no local.
O G1 tentou contato com a assessoria de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na tarde desta segunda-feira, mas as ligações não foram atendidas.
Foto: arquivo Raimundo Mascarenhas