Suspeito de matar o vigilante do Colégio Estadual Cidade de Camaçari na noite da última segunda-feira (31), o estudante Everton Santiago da Fonseca, 20 anos, confessou que o crime foi encomendado por um traficante conhecido como Júnior, que também seria estudante da unidade.
Em depoimento prestado à titular Maria Tereza Santos, da Delegacia de Homicídios de Camaçari, Everton afirmou que o crime foi encomendado depois de Roque denunciar o tráfico de drogas realizado no interior do colégio. Ainda de acordo com o suspeito, ele matou o vigilante devido ao fato de ter uma dívida com “Júnior”.
Ao CORREIO, o suspeito contou outra versão e disse que foi tirar satisfações com Roque depois de ouvir comentários que o vigilante o teria chamado de traficante. Na noite de ontem, Everton esperou o vigilante para conversar sobre o boato, os dois teriam começado a brigar e Everton acabou matando Roque.
O crime aconteceu dentro da sala dos professores, por volta das 22h. De acordo com o diretor, Ramiro Amorim, nenhum aluno ou professor estava no colégio no momento em que Roque foi abordado. Everton teria se escondido na sala, esperado o vigilante aparecer para conferir o local como de costume e, então, o atacado com uma faca. O caso foi descoberto pelo porteiro, que ao perceber a demora de Roque em voltar da ronda, foi procurá-lo e o encontrou já morto no chão da sala.
Segundo o diretor, Everton nunca teve problemas na escola e não parecia uma pessoa agressiva – às vezes, se mostrava até estranho. Ele era um dos 300 alunos do turno noturno; no total, a escola conta com 1900 estudantes. O vigilante Roque, por sua vez, era uma pessoa muito querida e, segundo o diretor, estava para se aposentar. “Nunca presenciei conversas sobre o tráfico dentro da escola, e claro que se soubesse de algo chamaria as autoridades competentes para resolver”, afirmou o diretor.
O rapaz fugiu após o crime, mas foi localizado por volta de 1h desta terça-feira (1º) por policiais do 12º BPM. Ele foi preso em flagrante e levado para a 18ª Delegacia (Camaçari).
O colégio suspendeu as atividades hoje. Em nota, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia informou que Roque estava contratado pela MAP, uma empresa terceirizada, e trabalhava como vigilante na unidade escolar.
Segundo Gildásio Evangelista, coordenador de contrato do Grupo MAP com a Secretaria de Educação, Roque Felix integrava o quadro de funcionário da empresa há 8 anos, mas já trabalhava na escola há 17.
“Ele era um colaborador muito responsável, querido por todos. Nunca fez nenhum relato de desavença com ninguém. Ele trabalhava lá apenas no turno da noite. Nós estamos prestando toda assistência a família dele. Assim que soubemos do caso deslocamos uma equipe para acompanhar a polícia, e logo em seguida uma outra para acompanhar as questões do funeral e demais auxílios”, explicou Evangelista.
O sepultamento de Roque acontecerá às 11h de amanhã (02), no cemitério do bairro Gleba H, em Camaçari.
Correio24H