O secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, criticou a legislação penal do Brasil, afirmando que a sociedade deve cobrar uma “modernização” das leis do país. A fala aconteceu durante a apresentação do acusado de matar uma universitária durante assalto no bairro do Costa Azul. O suspeito Gilmário Alves do Nascimento, 20 anos, recebeu alvará para sair da prisão três semanas antes do crime.
“Não podemos admitir que pessoa como Gilmário saia pela porta da frente de uma penitenciária, mesmo sendo preso diversas vezes, mais de sete quando adolescente, para 20 dias depois voltar a delinquir e tirar vida nas ruas. A sociedade deve cobrar a modernização de nossas leis e ampliar o debate, para que situações como esta sejam evitadas”, afirmou Barbosa. “Não queremos discutir esse assunto só quando isso acontece. Queremos leis mais rígidas, melhor estrutura para nossas polícias. Precisamos ser ajudados”, clamou.
Gilmário já tem oito passagens por tráfico de drogas. Ele foi preso em dezembro no Inferninho, na região do Costa Azul, com cerca de 150 gramas de cocaína. Depois disso, passou oito meses presos, mas no início de agosto foi solto pela Justiça ainda sem ser julgado – uma audiência estava marcada para fevereiro do ano que vem. No último dia 29, Gilmário matou Marianna Teles, 22 anos, durante um assalto no Costa Azul. Ele confessou o crime e pediu desculpas à família da vítima.
Segundo a SSP, além dele, Jáckson Leones Almeida Carneiro, 20, Fábio dos Santos, 25, o “Bibi”, e um adolescente de 13 anos, praticavam assaltos no Costa Azul no dia do crime, mas apenas Gilmário foi abordar a universitária.
Ainda de acordo com a polícia, todos os presos faziam parte da quadrilha do Inferninho, localidade que se estende entre os bairros de Costa Azul e Boca do Rio. O grupo, que era envolvido com tráfico e roubo de veículos, pretendia vender o carro roubado da estudante para desmanche em Feira de Santana. O carro seria negociado pelo valor de R$ 1.500.
A polícia diz que Jackson era o responsável por levar os carros roubados para Feira – ele já foi preso por porte ilegal de arma e homicídio. Já Fábio dos Santos, que não tinha passagem pela polícia, teria convidado Gilmário para o assalto.
Também sem passagem, Marcos dos Santos Ferreira seria o responsável por guardar as armas da quadrilhas. Uma operação foi realizada, nesta quarta, na região do Inferninho e também no bairro de Pernambués, para coibir a violência e o tráfico de drogas nas duas áreas.
No total, quatro carros roubados pela quadrilha foram recuperados em Pernambués. Outro integrante da quadrilha em que Gilmário atuava também foi preso nesta quarta, na Boca do Rio. De acordo com a polícia, ele não teria envolvimento com a tentativa de assalto que vitimou Marianna.Já Gilmário foi autuado em flagrante por latrocínio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma.
Uma pistola 380, um revólver calibre 32, munições, maconha, material para acondicionar cocaína e uma balança foram apreendidos com ele na tarde desta terça.
A arma utilizada no crime, um revólver calibre 38, ainda não foi localizada. O corpo de Marianna, que cursava Medicina em uma faculdade particular de Salvador, foi cremado sob forte comoção no cemitério Jardim da Saudade, em Brotas, na tarde de domingo (30).
Retrato-falado
Na tarde de segunda (31), um retrato-falado feito com base no depoimento prestado pela segunda vítima do crime, um vendedor que teve o veículo roubado pelo latrocida, foi divulgado pela polícia. O veículo, modelo GM Cruze Branco, placa, OUI -5413, foi levado depois de a estudante ter sido atingida.
Redação Correio24horas