No domingo (15), dois dias após os sete ataques reivindicados pela facção radical Estado Islâmico em Paris, que deixaram um total de 129 pessoas mortas, a Força Aérea da França fez ao menos 20 bombardeios sobre a cidade de Raqqa, no centro-norte da Síria.
Invadida em 2013 pela milícia radical, Raqqa tem sido chamada de “a capital do Estado Islâmico” na região da Síria. Os ataques franceses teriam destruído um campo de treinamento da facção e um depósito de armas, de acordo com informações divulgadas por agências de notícias internacionais.
Segundo o ministro das Relações Exteriores do Iraque, Ibrahim al-Jaafari, os ataques realizados na sexta-feira (13) em Paris teriam sido planejados em Raqqa. O ministro da Defesa da França, Jean-Yves le Drian, anunciou neste domingo (15) o que ele chamou de “um bombardeio maciço de alvos do Estado Islâmico na cidade”.
Em apenas uma hora houve ao menos 20 ataques aéreos à cidade, segundo informações do grupo ativista Raqqa Está Sendo Massacrada Silenciosamente (RBSS, na sigla em inglês) e de fontes ligadas ao Estado Islâmico. O ataque foi feito com aviões que partiram de bases aéreas que a França utiliza na Jordânia e nos Emirados Árabes Unidos.
As ações, em coordenação com forças dos EUA, envolveram pelo menos 10 dos 12 aviões que a França tem nessas bases. Segundo o comunicado da Defesa francesa, esses ataques aéreos são a maior operação da França na Síria desde que o país começou a participar da campanha contra o grupo extremista, em setembro de 2014.
Raqqa foi, em março de 2013, a primeira grande cidade síria a ser tomada pelos rebeldes extremistas que iniciaram uma luta contra o ditador Bashar al-Assad. Em agosto de 2013, o Estado Islâmico começou a expulsar da cidade outros grupos rebeldes sírios.
Algumas pistas sobre os atentados em Paris vieram de Bagdá, onde altos funcionários da inteligência do país informaram que a França e outros países tinham sido advertidos na quinta-feira sobre a possibilidade de um ataque iminente. Um relato da inteligência iraquiana advertia que o Estado Islâmicohavia ordenado seguidores que lançassem um ataque.
Fonte: Correio24horas