O levantamento, feito nacionalmente pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), do posicionamento dos 417 municípios quanto ao seu desenvolvimento em avanços nas áreas de saúde, educação, emprego e renda, os municípios apresentam nota moderada (entre 0,6 e 0,8). Nenhum município baiano, portanto, com nota alta (entre 0,8 e 1,0), só constada em cidades das regiões sul e sudeste do país.
Cansanção localizado no território do sisal, como uma população aproximadamente de 30 mil habitantes, vive mais uma crise política, talvez entre os 417 municípios baianos, é o que mais tem apresentado problemas políticos e afastamento de prefeitos, aparece no rodapé da lista da FIRJAN, posição 406º com nota 0.3855, ficando a frente apenas de Jussara, Igaporã, Gongogi, Caatiba, Irajuba, Morpará, Arataca, Nova Canaã, Santa Luzia, Ubatã e Piritiba.
O resultado foi divulgado na mesma semana que o prefeito do Município Ranulfo Gomes foi afastado pela Justiça, a falta de estabilidade deve contribuir negativamente para o desenvolvimento do Município.
No topo aparece Guanambi em 1º, seguido de Lauro de Freitas e Mata do São João
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Polêmica envolvendo prefeitos é histórica
O município de Cansanção deve estar entre os que mais afastou e empossou prefeitos judicialmente, e tudo começou a partir de 2000 com a vitória nas urnas de José Zito Góis de Sena “Zezitinho”, porém ficou apenas dois anos como prefeito, sendo derrubado pela Câmara de Vereadores, assumindo Luiz Batista, que também foi afastado, assumindo a então presidente da Câmara, vereadora Juranil Cedraz, mas Luiz Babão, como é conhecido, retornou ao poder e concluiu o mandato.
Em 2004, Ari de Almerindo, como é conhecido o ex-prefeito Arivaldo Pereira, voltou a governar o município, sua primeira gestão ocorreu na década de 90, mas naquela altura já enfrentava problemas na Justiça e para não correr riscos e temendo uma decisão judicial posterior, lançou o sobrinho Jarbas Pereira Andrade para substituir sua candidatura em 2008 e conseguiu o eleger no voto direto. Ari iniciava nova batalha nos tribunais, tendo sido acusado de fraudar uma ata, feita de última hora para permitir a candidatura de Jarbas.
O processo eleitoral ocorreu tudo dentro da normalidade para a Justiça, Jarbas Pereira foi eleito, diplomado, empossado, mas só governou por 41 dias, por conta da questão da ata. Sendo afastado, seu tio e irmão de Arivaldo, Rivaldo de Souza Pereira, que era presidente da Câmara, assumiu o executivo ficando um ano, dez meses e vinte e nove dias na gestão.
Em 6 de dezembro de 2010 aconteceu uma eleição suplementar, e Riso foi para o embate contra Ranulfo Gomes e perdeu a eleição. Permanecendo como prefeito durante o período de transição, faltando 15 dias para o termino do mandato, Riso renunciou e retornou para Câmara, na ocasião o vereador Cirilo Damasceno assumiu as duas últimas semanas antes da posse de Ranulfo, ou seja, aconteceu uma troca de cadeiras. Ranulfo foi empossado em 1º de janeiro de 2011 com dois anos pela frente de gestão.
Em 2012 com uma campanha normal como qualquer outra, Ranulfo Gomes se candidatou para reeleição e o adversário seria Riso mais um vez, que novamente foi derrotado por Gomes.
Neste mandato de Ranulfo Gomes que iniciou em 1º de janeiro de 2013 a oposição inciou um trabalho de investigação e protocolou na justiça diversas situações consideradas irregulares, acusando o gestor de governar em benefício próprio, criar empresas colocando pessoas ‘laranjas’ para dirigirem, desvio de verba entre outras acusações, que resultou na presença da Policia Federal na cidade juntamente com a Controladoria Geral da União – CGU que recolheram diversos documentos da residencia do gestor,residencias de secretários, da Prefeitura e de supostas empresas de faixada.
Cerca de duas semanas depois a Polícia Federal retornou ao Município já com a decisão de afastar o prefeito, três secretários, sendo esposa, cunhada e sobrinho, e 24 horas depois a Câmara Municipal já empossava o vice-prefeito Paulo Henrique Passos ( Paulinho).
Município já viveu outros períodos de crise política; diz vereador de oposição
Segundo informações do vereador Cirilo Damasceno, Cansanção foi emancipado em 1958, tendo como primeiro prefeito João Andrade, seguido de Tomaz Araújo Damasceno (1962) e em 1966 tomou posse José Moreira, começando assim os problemas e no período de 04 anos quase dez pessoas assumiram a função de prefeito com os diversos afastamentos pela câmara da época e ações judiciais.
Ainda de acordo com o vereador, em 1970, Bento Fagundes foi eleito para um mandato de dois anos e com a crise política, ocorreu intervenção do estado e Antonio Vieira foi enviado como interventor.
Em 1992, Sebastião Moura no seu segundo mandato foi cassado, assumindo a gestão Gerônimo Gomes, seu vice.
Redação CN/ Fotos: Raimundo Mascarenhas