Foi sepultado no fim da tarde desta quinta-feira,28, no cemitério Recanto da Saudade (cemitério novo) em Conceição do Coité, o corpo do padre Egionor Oliveira Cunha, que morreu no dia 11 de janeiro, no Estado de Nova Jersey – Estados Unidos, vítima de complicações do diabetes, ele que atuava como vigário de uma paróquia do referido estado americano e também como padre ‘Capelão’ das Forças Armadas Americana, tendo celebrado missas para os combatentes durante guerras e outras missões.
Centenas de pessoas entre amigos e familiares de Conceição do Coité e Valente, já que era natural do Distrito de Valilândia, compareceram para o sepultamento e mesmo com 17 dias de morto o caixão pôde ser aberto e as pessoas tocaram no corpo que mais parecia de uma pessoa que morreu a menos de 24h.
O caixão chegou ao cemitério por volta das 17h30 e antes de descer a sepultura teve a benção do padre Gildivan de Oliveira, ele disse ao CN que para a igreja é um momento de solidariedade com a família e amigos do padre Egionor, “então rezamos para que Deus possa abençoar sua alma no paraíso eterno, e nós, para que continuemos caminhando aqui na terra. Ele cumpriu a sua missão, embora tenha partido muito cedo, mas como São Paulo diz: combati o bom combate, guardei a fé e completei minha carreira”. Afirmou o vigário recém empossado na paróquia de Coité.
Duas pessoas que conheceram de perto padre Egionor lamentaram a perda do religioso de forma precoce, pois morreu aos 53 anos. Contemporâneo do padre, o poeta e escritor Carlos Neves fez questão de participar do adeus ao amigo de infância e colega de escola. Enquanto o caixão descia a sepultura, ele lembrou dos momentos vividos com Egionor nos anos oitenta, do século passado, disse que era uma pessoa muito prudente, estudiosa e muito inteligente e o chamava de matemático pela grande habilidade com os números, “contador de piada, vivia muito bem humorado, a gente estudava no Polivalente, na ocasião eu fazia a sexta série e ele a quinta, e depois fomos trabalhar juntos no supermercado de Paulo Pinto, depois disso tomou o rumo de estudar em seminário e tornou-se um excelente sacerdote, com uma trajetória riquíssima”. Lembrou Neves.
Primo do padre, o contador Vilelson Ramos, atualmente reside em Salvador, disse que padre Gil, como o tratava, tinha uma alegria muito grande e prazer imenso de ajudar as pessoas, e o que ele fez na terra foi dádiva de Deus.”Ele mostrou seu lado humano quando andou quase que o mundo todo, principalmente onde tinha terremoto e guerra com a missão de ajudar. Ele me contava que saía no meio do mato comandando a tropa para ajudar a pessoas, levar alimento, médicos, enfim, ele teve uma trajetória na terra de muita dedicação. Deus o chamou no momento muito curto, ele tinha o que dá mais, mas é como diz a palavra do nosso senhor Jesus Cristo: Deus é quem manda nas nossas vidas, então, quando ele chama a gente tem que ir”. Lamentou, mas entendeu Vilielson que mesmo aos 53 anos, Gil cumpriu grande missão.
Missa de corpo presente celebrada pelo bispo Dom Ottorino
Muita gente aguardava a chegada do caixão a igreja matriz onde familiares e amigos participariam da missa de corpo presente celebrada por Dom Ottorino Assolari bispo da Diocese de Serrinha.
O padre Gildivan disse que inicialmente a missa seria celebrada por ele, devido a ausência do padre administrador Everaldo, por motivo de viajem, mas entendeu que nada mais justo que o bispo da Diocese realizar a celebração, fez o convite e Dom Ottorino prontamente atendeu, e o ato religioso contou também com a presença do padre Alexandre atualmente na Paróquia de Santaluzia, em Santaluz, e seminaristas.
Muitos participantes conviveram com Egionor estudante, funcionário de supermercado, grupo jovem da igreja no período de padre Antônio José dos Reis, padre Reis, inclusive foi com incentivo de Reis que Ageonor ingressou no seminário, conforme informações do próprio pai conhecido por Zito. ” Me recordo que a gente estava em casa e padre Reis chegou pedindo a mim e a mãe pra deixar Gil estudar pra padre, ele queria e a gente deixou ele seguir o caminho”, contou Zito.
Padre Reis depois de deixar Coité foi para uma Paróquia de Salvador, de lá foi para a Itália, onde morreu.
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