Contando com a presença de 12 vereadores, ausente apenas à vereadora Ana Clécia Ferreira (PDT), que justificou a ausência por motivo de saúde, a Câmara Municipal de Riachão do Jacuípe, no território do Jacuípe, iniciou os trabalhos legislativos de 2016, em sessão solene inaugural na manhã e inicio de tarde desta quinta-feira (04), reforçando o compromisso de trabalhar em prol do bem-estar da população, conforme falou o presidente Célio Roberto Silva Brito (PHS).
Conhecido por Celinho da Saúde, o presidente avaliou positivamente a sessão e lembrou que, mesmo solene, houve uma série de discussões que durou quase quatro horas e praticamente todas focados nas últimas enchentes que abalou o município, deixando aproximadamente três mil e quinhentos desalojados e desabrigados.
Celinho falou da necessidade da ajuda política do estado diante da aflição que o município está passando e se faz necessário um plano de trabalho para resolver os problemas atuais, a exemplo do aluguel social e aqueles a médio e longo prazo, pois existem casas cujas estruturas foram abaladas, necessitando de construções habitacionais populares e um programa mais arrojado de deslocamento das demais famílias que moram as margens dos rios.
A vereadora Catarina Roma de Jesus (PDT), falou que foi difícil no primeiro momento com a chegada das águas de forma silenciosa, mas a união em torno das pessoas que se encontravam com dificuldades foi à marca dos jacuipenses. A parlamentar lembrou que da enchente de fevereiro de 1980 semelhante a essa, mas que teve talvez menor proporção por não haver tanta construção as margens do rio como se encontra hoje. Ela aproveitou para pedi compreensão por parte de algumas pessoas que recebeu doação de roupa, e parece não ter gostado e jogou uma sacola de roupa fora. “Lamento que algumas roupas doadas foram encontras no lixo e até mesmo colchão, mas foram casos isolados, só peço que as pessoas que não aceitarem deixe que vai servir para outra pessoa.”Externou a parlamentar.
Para Luiz Valdoberto de Oliveira Carneiro (PHS), vereador popularmente conhecido por Beto de Eni, a Câmara reinicia seus trabalhos com coragem e determinação e deve estudar com mais clareza cada projeto para que sejam realmente para o bem da população.
Com referencia as consequências das ultimas chuvas, inclusive seguidas, no espaço de 15 dias, o vereador Adonias Alves dos Santos (PSD), falou que foi uma tragédia anunciada, pois era visível o aterramento do Rio Boqueirão e é necessário que as autoridades tomem providencia, pois pode se repetir. “Nessa fase de esquecimento e que necessitamos de apoio”, lembrou o social democrata.
O momento é de preocupação e também de reflexão, na opinião do vereador Gionerio Avelino de Santana (PDT), mais conhecido por Nem de Aureliano. Ele disse que a natureza deu uma sacudida na cidade ha uma necessidade de agilidade nas ações, ser otimistas e nunca desanimar.
O comunista Franklin dos Santos Santana, falou que tudo é uma questão de planejamento, citando o exemplo das obras urbanas na BR 324. “Neste local não tivemos problemas, pois foi construído áreas para escoamento das águas”, falou. Segundo ele o problema vem crescendo, pois no passado falava-se em alagamento nos bairros Bela Vista e Alto do Cruzeiro e nas últimas chuvas os bairros Cleriston Andrade, Barra e o loteamento São José foram afetados.
O vereador Adelson Ferreira Soares (PT), culpou a especulação imobiliária as margens da BR 324 o fato da ocupação da área e a Prefeitura que libera os alvarás pelo método político, sem um estudo técnico. O petista relatou que falta em Riachão do Jacuípe uma politica de para quem mora na zona rural e o resultado o aumento de pessoas migrando para a cidade e muitas delas acabam construindo a menos de trinta metros do leito do rio.
O líder do governo na Câmara, Francisco Xavier da Silva Menezes (DEM), contou que a gestora do município acompanhou tudo de perto e determinando as ações imediatas na noite das chuvas e criticou os vereadores da oposição por usar daquela sessão, onde imaginou que iria ouvir planos, para falar mal da gestão. “Voto se conquista no dia a dia e não aproveitando das misérias do povo”. Desabafou.
O vereador Antonio Marcos Oliveira Silva (PP), “Marquinho”, lembrou que a Câmara de Riachão do Jacuípe nestes últimos anos avançou ao estabelecer o menor recesso parlamentar no território do Jacuípe e acabou com o voto secreto. Falando sobre o ano de 2016, Marquinho lembrou que é um ano atípico e quem não zelou e trabalhou na defesa do povo, poderá não receber um novo mandato e pediu a união do parlamento nos projetos que visem à melhoria da qualidade de vida das pessoas.
O vereador José Nivaldo Cordeiro Carneiro (PRB), “Ninho”, parabenizou o governador Rui Costa (PT), pela presença In loco nos bairros afetados pelas enchentes e citou a diferença em relação aos governos anteriores, pois mandavam os técnicos e no caso do PT, vai a local ver a situação. O parlamentar lamentou a ausência da prefeita Tânia Matos na reabertura dos trabalhos legislativos e lembrou que a gestora nunca participou de uma abertura de trabalho legislativo, “esta era a primeira vez que mandou um representante e nos anos anteriores, apenas a mensagem lida por vereadores aliados”.Criticou Ninho.
José Silvestre Nunes da Silva, mais conhecido por do Zil de Barreiros, chamou atenção para uma maior participação parlamentar nas reuniões das comissões e destacou o comprometimento dos deputados Alex da Piatã e Joseildo Ramos pelas causas do município. “Um exemplo dessa dedicação foi a presença dos dois na audiência pública em Barreiros e a preocupação com o nosso desenvolvimento”, externou o democrata trabalhista.
O vereador José Antonio Ferreira Brito Júnior (PHS), “Juninho”, parabenizou os deputados estaduais Alex da Piatã (PMDB), que foi representado na solenidade pelo chefe de gabinete Valdemi de Assis e Joseildo Ramos (PT), por atenderem ao convite da Câmara. Ele disse que não é hora de apontar culpados pela inundação, segundo ele todo líder politico tem sua parcela de culpa inclusive ele na condição de vereador, ex-presidente de Câmara, por não ter observado a situação de risco das pessoas que vivem as margens do rios.
Valdemi de Assis transmitiu a mensagem de Alex da Piatã e lembrou a sua marca maior que é segundo ele é a presença, “desde que tomou posse em fevereiro de 2015 já visitou o município onze vezes e diversas situações, desde alegria, ao participar dos festejos juninos na sede, as reuniões de associações rurais, convocação de audiência pública, a exemplo da realizada em Barreiros, onde discutiu a concretização do pólo ceramista e por fim, após as primeiras chuvas no meado de janeiro, acompanhou e mobilizou o aparato do governo para as ações imediatas aos desalojados”.Afirmou o chefe de gabinete.
O deputado Joseildo Ramos justificou ausência na comitiva do governador Rui Costa, na semana passada, pois segundo ele estava ausente do estado. “Chego aqui no momento exato, pois começa fase do esquecimento e as medidas para que não mais ocorra isso devem ser tomadas”. O parlamentar demonstrou preocupação com a ocupação urbana as margens do rio e falou o Plano Diretor Municipal (PDM) e o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). O parlamentar colocou seu gabinete na ALBA como escritório dos interesses do município. Além de Joseildo, a presidência convidou pelo menos outros dez deputados votados no município, alguns justificaram a ausência.
A prefeita foi representada no ato pelo chefe de gabinete Neto Brasileiro que fez a leitura da mensagem oficial do governo municipal onde relatou todas as ações realizadas ao longo dos últimos três anos.
Participou da Sessão também o padre Alessandro, ele que tem se dedicado bastante na ajuda das pessoas que sofreram com as enchentes, ele usou da tribuna e pediu para que os poderes públicos continuem ajudando, agradeceu a solidariedade das pessoas não só de Riachão do Jacuípe mais de toda Bahia. Ele disse que foram muitos donativos recebidos que estão sendo repassados para as famílias, inclusive ajuda em dinheiro que ele tem tirado também para comprar algo que não tenha sido doado.
Após toda discussão, ficou agendada uma audiência pública no dia 04 de março, ás 09h, com a presença do governo do estado, município e será convidado o Ministério da Integração, para discutir as soluções permanentes para que não haja mais consequências em caso de novas enchentes.
Redação CN * Fotos: Raimundo Mascarenhas