Igor Alexandre, 36, que trabalha como inspetor de solda, é apontado pela polícia como o articulador do plano que por pouco não acabou em tragédia.
Segundo a investigação policial, no dia 21 de outubro de 2015, Igor contratou dois homens, um conhecido e um policial civil, com o objetivo simular um sequestro relâmpago contra a própria amiga.
“Neste momento o amor falou mais alto. Eu queria chamar atenção, foi um erro do coração. Na hora de simular o tiro pulei na frente, mas a arma disparou, e o tiro pegou na perna dela. Chamei o socorro, e fiz de tudo para salvar a vida dela. Gastei R$ 1.800 para contratar os rapazes e fazer a simulação do sequestro”.
“Eu fiquei muito surpresa quando soube que meu próprio amigo fez isso comigo. Que ele queria sair como herói para conquistar meu coração. Na cabeça dele, depois desse ato de heroísmo, de pular na minha frente na hora do tiro, eu iria me apaixonar por ele. Eu só sei, que o tiro pegou na minha perna. Sabia que ele gostava de mim, mas não de forma doentia. Fiquei com uma fratura grave no fêmur, tive que colocar platina, estou com sequelas e afastada das minhas atividades”, relata a vítima, que não quis revelar o nome.
A polícia conseguiu encerrar a investigação nesta quinta-feira (11) e prendeu Igor no Conjunto Augusto Franco, Zona Sul de Aracaju, o Policial Civil também foi preso na capital. O terceiro suspeito foi encontrado no município de Itabaiana, Agreste Sergipano, distante 57Km de Aracaju.
“Ele me procurou três vezes lá em Itabaiana. Disse que queria fazer uma brincadeira com a esposa, dar um susto. Disse que tinha um revolver, e na mesma hora eu questionei a presença da arma. Ele falou que iria me pagar R$ 5 mil para dar o susto, mas ninguém paga um valor desse só para assustar outra pessoa. Quando eu vi que a coisa estava esquentando abaixei a arma , pois ela estava apontada para o peito da moça. Ele fez lá a simulação de pular na frente, a arma disparou e pegou na perna dela”, diz Emílio Walter , 32, preso no município de Itabaiana.
De acordo com a vítima, o tiro não foi acidental. “Ele estava com a arma apontada para mim o tempo todo, mirou na minha perna e atirou”, conta.
“Nós achamos estranho que no momento da execução do crime, o sequestrador mandou o casal se abraçar e que iria matar os dois. Isso deixou claro que existia algo passional e estranho na ação. Igor entrou em contato com o policial, ele indicou o executor , o Emílio no caso. O policial acompanhou toda a ação em um carro que sempre ficava atrás do carro de Igor”, explica o delegado Thiago Leandro.