Após passar quase trinta anos distante da sua terra natal, o ex-frentista Naldo Mendonça Filho, 51 anos retorna e se destaca vendendo picolés, usando uma caixa de som e um microfone labial, conquistando os clientes com muito bom humor.
É comum ouvirmos um homem gritando, anunciando o produto e os sabores disponíveis, mas Naldo inovou e surge empurrando seu carrinho com um rádio acoplado a um microfone, que logo chama a atenção de clientes. Ele garante que o investimento na aparelhagem teve retorno rápido: “já tirei o dinheiro, e estou vendendo bem mais que antes”, completou.
Naldo conta que passou mais de 25 anos em São Paulo onde adquiriu experiência com vendas de produtos para veículos, lidando com todos os tipos de clientes. Retornando para Barrocas, mesmo próximo da aposentadoria teve a ideia de inovar na venda do picolé, não só nos equipamentos, principalmente no atendimento.
Trabalhando de domingo a domingo, de rua em rua, vai a eventos esportivos e culturais, sempre com um sorriso no rosto. O vendedor afirma não ter preguiça de caminhar praticamente por toda cidade, no seu carrinho sempre limpo e revisado, com pneus novos, assim consegue transportar aproximadamente 150 picolés, venda que atualmente garante o sustento da esposa e de seis filhos.
“Minha rotina começa cedo, às 9h passo na distribuidora pra pegar os picolés, já bem alimentado pra levar até as 16h, horário que termina e vou pra casa” conta. Hoje o ambulante revela que vive mais feliz, consegue rever amigos e estar próximo da família. O lucro não foi revelado, mas disse que consegue ‘fazer a feira’, vendendo em média cinco mil picolés por mês.
Além de manter o carrinho bem zelado, Naldo faz questão de reservar um lugar para guardar os saquinhos e palitos: “não gosto que joguem no chão, eu mesmo cato e jogo no lixo no fim do expediente” garantiu.
Quando a clientela o cerca, seja numa oficina, praça e até mesmo na prefeitura, onde lhe permitem vender no interior do prédio, vai na base da confiança com freguês, dando a liberdade de cada um ir pegando o picolé, acreditando na honestidade: “fica na consciência de quem pegou falar a quantidade” disse ele, sorridente.
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