O senador Delcídio Amaral (sem partido) citou o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff durante delação premiada ao grupo de trabalho da Procuradoria-Geral da República na Operação Lava Jato.
Nesta fase, Delcídio apenas indicou temas e nomes que pretende citar em futuros depoimentos após homologação de um acordo. Além de falar sobre os petistas, ele também apontou que tem informações sobre os bastidores da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras.
O líder do governo foi preso no dia 25 de novembro de 2015 acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Ele foi solto em 19 de fevereiro e, desde então, se negava a participar da delação premiada.
Vazamento na ‘IstoÉ’
De acordo com a reportagem da revista ‘IstoÉ’, Delcídio acusou a presidente durante a delação premiada. A publicação alega que teve acesso ao depoimento do líder do governo, que teria dito que Dilma atuou três vezes para interferir na Lava Jato por meio do Judiciário.
“É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio na delação, segundo a revista.
Cardozo deixou nesta semana o Ministério da Justiça alegando sofrer pressões do PT.
Delcídio teria dito que Dilma investiu na nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Isso beneficiária ela porque o nomeado cuidaria dos habeas corpus e recursos da Lava Jato no STJ.
Delcídio disse que Dilma discutiu a estratégia e que ele ficou responsável por conversar com o desembargador para confirmar que ele se comprometia a soltar Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo, da Andrade Gutierrez.
Segundo a ‘IstoÉ’, ele teria dito que se encontrou com Navarro no Palácio do Planalto. Após ser nomeado, Navarro cumpriu o suposto acordo, mas seu voto foi vencido.
A Tarde