A Polícia Civil investiga se as mortes dos amigos Adam Sales Costa de Oliveira e Ualisson dos Santos de Almeida, ambos de 24 anos, têm ligação. O técnico em refrigeração Adam foi executado no início da tarde do último domingo, 27, na Rua das Ursulinas, no bairro de Dom Avelar, minutos após sair do enterro de Ualisson, no Cemitério Bosque da Paz, em Nova Brasília.
Ualisson foi morto a tiros, na noite da última sexta-feira, 25, na Vila Canária, bairro onde os dois moravam. Conforme testemunhas, Adam foi surpreendido por um homem enquanto lanchava na Padaria Grão de Ouro. Ele foi baleado quatro vezes no rosto e pescoço e morreu dentro do estabelecimento.
Segundo registro da Polícia Civil, logo após o sepultamento de Ualisson, um grupo com mais de 30 homens em motos saíram em protesto pela Avenida Aliomar Baleeiro – próximo ao cemitério -, fazendo arruaça e atirando a esmo.
“Ele veio de lá do cemitério, onde teve o tiroteio. A namorada dele disse que ele sofria ameaças de morte por pessoas daqui [Dom Avelar], mas não disse por qual motivo”, revelou a delegada Corina Lopes, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Hora e lugar errados
Durante o tiroteio, o motorista Ednaldo dos Santos de Jesus foi atingido na cabeça por uma bala perdida e até a noite seguia internado, em estado grave, no Hospital Geral Roberto Santos, no Cabula.
Quando foi baleado, ele passava de carro com a esposa e a neta, uma criança pequena. Elas não foram feridas. Na mesma ação, os suspeitos trocaram tiros com policiais da 50ª CIPM (Sete de Abril) e da Rondesp Central.
Luã Silva de Andrade, 20 anos, foi detido e encaminhado à 10ª Delegacia de Pau da Lima. Ele estava em uma moto sem placa. Um adolescente de 16 anos foi apreendido e encaminhado à Delegacia Para o Adolescente Infrator (DAI). Ele também estava em uma motocicleta sem placa.
Preso nega envolvimento
Segundo a delegada Veronice Santos, plantonista na DAI, informações dão conta de que Ualisson era traficante de drogas da Vila Canária e que a manifestação após seu enterro ocorreu em retaliação por sua morte.
De acordo com ela, Luã foi ouvido na DAI e encaminhado à 10ª Delegacia de Pau da Lima, onde deve ser autuado em flagrante por ocultação de sinal identificador de veículo automotor, incitação ao crime e formação de quadrilha.
Em conversa com a reportagem, Luã afirmou conhecer Ualisson, mas não soube informar o motivo de sua morte. Ele disse que não conhecia Adam, nem o adolescente apreendido.
A Tarde